Investimentos

Verde reduz aposta em juros globais e vê ‘contexto positivo’ em ativos brasileiros

A informação consta na mais recente carta mensal da gestora, divulgada nesta segunda-feira (11)

Verde reduz aposta em juros globais e vê ‘contexto positivo’ em ativos brasileiros
Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset e gestor do Fundo Verde (Foto: Divulgação Verde)

O fundo Verde, da gestora que tem como sócio-fundador Luis Stuhlberger, manteve “estável” suas posições em Bolsas, tanto no Brasil quanto no exterior, enquanto tem evitado “grandes alocações” aplicadas (que apostam na queda) em juros globais. A informação consta na mais recente carta mensal da Verde, divulgada nesta segunda-feira (11).

A equipe de gestão do fundo Verde avalia que o processo de reprecificação da curva de juros futuros americana ganhou velocidade, com o exemplo de que o retorno da Treasurie – título do Tesouro dos Estados Unidos – de dois anos terminou 2023 com taxa de 4,25%, foi até 4,40% em janeiro e no último mês chegou a 4,72%. As curvas de juros futuros da Europa e da Inglaterra tiveram movimentos parecidos, segundo a gestora.

“Nos parece que nos níveis atuais o mercado já retirou boa parte do prêmio de cortes que tinha na virada do ano, e acreditamos que os dados de inflação de janeiro não são um início de recrudescimento do processo inflacionário global, e sim fruto de sazonalidade específica. Ainda assim, temos evitado grandes alocações aplicadas nos juros globais, por ainda não vermos uma grande assimetria”, afirma a carta mensal.

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O fundo segue com posição aplicada em juros americanos, mas revela preferência em se manter com posição comprada (que aposta na alta) em ações globais, “dada a visão de continuidade da boa performance de crescimento de lucros, turbinados em alguns casos por todo o fenômeno de investimento em inteligência artificial”.

A gestora também disse observar um “contexto positivo para performance dos ativos brasileiros”, seguindo alocada na Bolsa e com posição aplicada em juros reais. Houve até a adição de uma “pequena alocação aplicada em pré”, descreve a carta, referindo-se aos prefixados.

“O Brasil, como tem sido praxe nos últimos meses, tem sempre sua dose de ruídos (dividendos da Petrobras [PETR4] são o tema da semana), mas em termos de sinais relevantes temos poucas novidades. A conta corrente permanece num excelente equilíbrio, a inflação bem comportada, as perspectivas de crescimento para o ano com potencial melhora caso se confirme um ciclo de crédito mais robusto e as contas fiscais no curto prazo em situação razoável (ressalvadas as preocupações de médio prazo)”, afirma a equipe de gestão.

Entre outras posições informadas na carta, o fundo Verde zerou as posições em juros japoneses, manteve a pequena alocação em petróleo e tem posições vendidas (que apostam na queda) em minério de ferro via opções. A exposição em crédito high yield local e global permanece inalterada e, em relação a moedas, há posições compradas em real, peso mexicano e rúpia indiana, financiadas por posições vendidas em euro, franco suíço, renminbi chinês e dólar de Taiwan.

Resultado em fevereiro

Em fevereiro, o Verde FIC FIM apresentou alta de 0,89%, ficando acima do indicador de referência, o CDI, que teve alta de 0,80%. Em janeiro, o Verde FIC FIM havia apresentado queda de 0,28%, ou seja, abaixo do CDI, que teve alta de 0,97%. Segundo a carta mensal, os ganhos mensais vieram do livro de moedas, das posições de bolsa global, em inflação americana, hedges (proteções) no minério de ferro e do livro de investimentos sistemáticos. Já as perdas vieram da exposição em juros globais e de ações brasileiras.