

A depreciação das cotas dos fundos imobiliários de tijolo – aqueles que investem em imóveis físicos – atingiu o seu maior nível desde 2016, quando o Brasil enfrentou a sua última recessão econômica durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. É o que aponta um relatório da XP que traz um panorama sobre a realidade da indústria de FIIs em meio aos atuais desafios para o cenário doméstico.
Segundo a XP, em 2025, o IFIX de tijolo, índice que reúne exclusivamente os principais FIIs de propriedade da B3, é negociado com um valor 20% inferior ao seu patamar considerado ideal. A depreciação supera às perdas na ordem de 18% durante a pandemia de covid-19 e perde apenas para o período da crise de 2016, quando o “desconto” chegou a 27%.
“Esse movimento foi impulsionado pela escalada do risco fiscal, pelo aumento das incertezas externas e pela deterioração das expectativas inflacionárias, em um contexto de economia ainda bastante aquecida”, escreveu Marx Gonçalves, head de fundos listados da XP. O pessimismo em torno do cenário doméstico estimulou a migração de recursos para ativos de renda fixa na segunda metade de 2024.
Publicidade
O estresse dos mercados também foi agravado pelo veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a isenção de imposto para os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros) e FIIs durante a sanção do projeto que regulamenta a reforma tributária. Os recentes eventos levaram parte dos fundos listados em bolsa a atingir as suas mínimas históricas, enquanto os seus fundamentos continuaram sólidos.
“Acreditamos que o atual nível de discrepância entre preço e fundamento oferece boas oportunidades de investimento, tanto em termos de rendimento (carrego) quanto de ganhos de capital futuro”, escreve Gonçalves em relatório. Dentre as oportunidades, destacam-se os FIIs de lajes corporativas com portfólios concentrados em São Paulo e os de galpões logísticos. Os dois segmentos possuem descontos atrativos e alta demanda por alocação.
Os fundos imobiliários de tijolo preferidos da XP
Fundo imobiliário | Segmento |
VBI Prime Properties (PVBI11) |
Lajes Corporativas
|
BTG Pactual Log (BTLG11) | Ativos Logísticos |
XP Malls (XPML11) | Shoppings |
Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11) | Recebíveis |
RBR Alpha Multiestratégia (RBRF11) |
Fundos de fundos
|