O principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, pode subir 29% e encerrar 2024 na casa dos 170 mil pontos, mostra relatório da Empiricus Gestão enviado aos clientes nesta segunda-feira (15). A alta de 29% é uma projeção a partir do fechamento do primeiro pregão da semana, quando o índice encerrou o dia a 131.521 pontos.
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O motivo para tanto otimismo está atrelado a queda da taxa básica de juros da economia, a Selic. Na visão dos especialistas, o processo desinflacionário em curso, gerado pelo fraco desempenho da economia brasileira, deixará o caminho livre para Roberto Campos Neto e seus diretores acelerarem o passo de queda da Selic ao longo do ano.
“O reflexo disso virá da forte queda do juro real brasileiro, que voltará aos níveis de 2018 e 2019”, afirma a equipe liderada por João Piccioni, que assina o relatório da Empiricus Gestão. A Selic iniciou 2023 em 13,75% ao ano e terminou o ano passado em 11,75% ao ano. A previsão do mais recente boletim Focus é que a taxa encerre 2024 em 9% ao ano.
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Para a equipe da Empiricus, esse corte de juros é muito mais importante para o mercado do que as decisões políticas. Todavia, eles comentam que os ruídos políticos podem causar solavancos isolados no mercado, mas que isso é algo momentâneo e que deve ficar limitado no dia do pregão.
“Definitivamente, os ciclos da política monetária no Brasil detêm uma relevância muito maior no apreçamento as ações do que as discussões (e reformas) advindas do governo. As decisões políticas provocam ruídos, mas são incapazes de se imporem frente à onda de liquidez global”, explicam os analistas.
Dólar pode não ter o mesmo desempenho do Ibovespa
Já para o dólar, as estimativas são diferentes. O investidor que apostar na moeda americana ao invés da brasileira deve sofrer no começo de 2024. “Os primeiros meses de 2024 serão extremamente desfavoráveis para o dólar frente ao real. Rapidamente ele deve atingir a marca dos R$ 4,50”, diz a Piccioni e sua equipe.
Após essa queda, caberá ao investidor fazer sua escolha, visto que o cenário para a moeda ficará incerto. Segundo a Empiricus, se a economia brasileira apresentar um bom desempenho, que vá além do agronegócio, a moeda americana tende a se desvalorizar ante real.
“Caso essa recuperação não apareça, a moeda americana terminará o ano como começou, na casa dos R$ 4,80”, afirmam os analistas.
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