Se investir em fundos imobiliários (FIIs) está nos seus planos para 2025, a recomendação de especialistas é de cautela, já que os desafios econômicos domésticos podem impactar o setor. Movimentos projetados para mais altas da Selic e o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) são alguns dos fatores que indicam um ano turbulento para o segmento.
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No entanto, ainda será possível encontrar bons negócios se o investidor pensar no longo prazo, conforme aponta esta matéria do portal de Imóveis do Estadão. Segundo Carol Borges, head e analista de FIIs da EQI Research, o desempenho operacional de setores como shoppings, renda urbana, logística e lajes tem mostrado evolução consistente. A orientação dela é buscar posições de longo prazo para aproveitar essas oportunidades.
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“A combinação de preços competitivos, aquisições abaixo do custo de reposição e potenciais rendimentos crescentes cria um ambiente favorável para aqueles dispostos a esperar pela maturação das teses”, pontua. Borges explica ainda que os FIIs seguem como uma alternativa sólida para exposição ao mercado imobiliário.
Maria Fernanda Violatti, analista de finanças especializada em FIIs, por outro lado, observa que, diante dos obstáculos que se apresentam para o setor, é provável que o mercado comece a lidar com uma migração significativa dos investimentos em renda variável para investimentos em renda fixa.
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Neste contexto, a projeção é de que o setor seja especialmente desfavorável para fundos de tijolo, que são aqueles atrelados a imóveis físicos. “Com incertezas econômicas e aumento de juros, essa classe vai enfrentar dificuldades. A recomendação é escolher fundos com os melhores imóveis e em grandes centros, onde a busca por espaços já é consolidada e, por isso, devem sofrer menos com os solavancos do mercado”, avalia Violatti.
Considerando uma estrada difícil para os FIIs no ano, as especialistas recomendam também que os investidores observem o movimento dos fundos de papel, que são aqueles ligados a ativos financeiros, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras Hipotecárias (LH) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs).
“Carteiras pós-fixadas devem oferecer retornos alinhados ao CDI [Certificado de Depósito Interbancário], contribuindo para menor volatilidade na composição do portfólio. Já os fundos com exposição a IPCA+ continuam proporcionando retornos reais competitivos, com prêmios acima das taxas das NTN-Bs de referência”, aponta Borges.
Para ler mais sobre o que esperar dos fundos imobiliários neste ano, confira esta matéria no portal de Imóveis do Estadão.