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CEO do JPMorgan prevê boom na economia dos EUA

Em carta, Jamie Dimon também afirma esperar 'um cenário dourado' de crescimento rápido

CEO do JPMorgan prevê boom na economia dos EUA
Para Jamie Dimon, economia americana provavelmente viverá um boom. Foto: REUTERS/Jeenah Moon
  • O documento, que é muito lido em Wall Street, não traz apenas uma visão geral dos negócios do banco: também cobre os pensamentos de Dimon sobre outros temas
  • Na carta, ele diz que haverá uma combinação de excesso de poupança, déficit de gastos, vacinações e euforia em torno do fim da pandemia
  • Dimon também apontou que bancos estão desempenhando um papel cada vez menor no sistema financeiro, citando empresas de fintech

(Lauren Hirsch/The New York Times) – A carta anual do CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, aos acionistas foi publicada na manhã da quarta-feira passada, 7 de abril. O documento, que é muito lido em Wall Street, não traz apenas uma visão geral dos negócios do banco: também cobre os pensamentos de Dimon sobre tudo, desde lições de liderança até prescrições de políticas públicas.

“A economia dos Estados Unidos provavelmente viverá um boom”. Uma combinação de excesso de poupança, déficit de gastos, vacinações e “euforia em torno do fim da pandemia”, escreveu Dimon, deve criar um boom que “pode facilmente chegar a 2023”. Isso justificaria a alta valorização das ações, mas não o preço da dívida dos Estados Unidos, dada a “enorme oferta” que logo chegará ao mercado.

Há uma chance de que o aumento na inflação seja “mais do que temporário”, escreveu ele, forçando o Federal Reserve a aumentar as taxas de juros de forma agressiva. “O aumento rápido das taxas para compensar o superaquecimento da economia é uma causa típica de recessão”, escreveu, mas ele espera “um cenário dourado” de crescimento rápido, aumento suave da inflação e aumento moderado nas taxas de juros.

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“Os bancos estão desempenhando um papel cada vez menor no sistema financeiro”. Dimon citou a concorrência de um já considerável sistema bancário paralelo e empresas de fintech, além de “Amazon, Apple, Facebook, Google e agora Walmart”. Ele argumentou que esses concorrentes não bancários deveriam ser regulamentados de forma mais estrita; seu crescimento foi “parcialmente possibilitado” pela esquiva às regras bancárias, escreveu ele. E quando se trata de regulamentação mais rígida dos grandes bancos, escreveu, “o custo para a economia de ter bancos à prova de falhas talvez não valha a pena”.

“Os líderes da China acreditam que a América está em declínio”. Os Estados Unidos já enfrentaram tempos difíceis no passado, mas, hoje, “os chineses veem uma América que está perdendo terreno em tecnologia, infraestrutura e educação – uma nação dilacerada e prejudicada pela política, bem como pela desigualdade racial e de renda, um país incapaz de coordenar as políticas governamentais (fiscal, monetária, industrial, regulatória) de alguma forma coerente para cumprir as metas nacionais”, escreveu ele. “Infelizmente, há muita verdade nessa afirmação”.

“A solução não é tão simples quanto dar as costas aos combustíveis fósseis”. Enfrentar a mudança climática não significa “abandonar” empresas que produzem e usam combustíveis fósseis, escreveu Dimon, mas trabalhar com elas para reduzir seu impacto ambiental. Ele vê “uma grande oportunidade em tecnologias e negócios sustentáveis e de baixo carbono” e planeja avaliar o progresso dos clientes de acordo com as reduções na intensidade do carbono – emissões por unidade de produção –, o que se ajusta a fatores como tamanho.

Aqui estão outras informações (e pontos de vista) importantes da carta:

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– Com a difusão do trabalho remoto, o JPMorgan talvez precise de apenas 60 estações de trabalho para cada 100 funcionários. “Isso reduzirá significativamente nossa necessidade de imóveis”, escreveu Dimon.

– O JPMorgan gasta mais de US$ 600 milhões por ano em segurança cibernética.

– Dimon citou brechas fiscais que ele achava que os Estados Unidos poderiam dispensar: incidências sobre juros; incentivos fiscais para carros esportivos, jatos particulares e cavalos de corrida; e uma redução de impostos de conservação de terras para campos de golfe.

Foi a carta mais longa de Dimon, com 35 mil palavras e 66 páginas. A constante expansão das cartas – com exceção de uma edição mais curta no ano passado, semanas depois de Dimon passar por uma cirurgia cardíaca de emergência – pode ser vista como um reflexo da gama de questões que agora se espera – ou se exige – que os altos executivos abordem.

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(Tradução de Renato Prelorentzou)

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