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- O índice foi criado em janeiro de 1968, um ano depois do surgimento da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que, após fusões com outras instituições do mercado financeiro, deu origem à B3 — Brasil, Bolsa, Balcão
- O indicador é formado por uma carteira teórica dos ativos mais negociados na Bolsa e é composto de ações com o maior volume de movimentação no mercado. Isso não significa, necessariamente, que as empresas participantes tenham mais valor
- A cada quatro meses, a Bolsa reavalia as ações que fazem parte do Ibovespa para manter a importância do indicador
(Mellanie Novais, especial para o E-Investidor) – O Índice Bovespa, também conhecido como Ibovespa (IBOV), é um dos principais termômetros da economia brasileira, ao lado das taxas Selic, dos indicadores inflacionários e do dólar. Por essa razão, é acompanhado de perto pelo mercado financeiro, investidores e imprensa especializada.
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O Ibovespa reflete o desempenho do mercado de ações no Brasil e, por consequência, a saúde econômica do País, assim tendo um impacto direto na vida dos brasileiros. O crescimento do indicador pode significar um aumento da confiança na economia e um estímulo aos investimentos das empresas e à geração de empregos.
A melhora das expectativas na Bolsa de Valores costuma induzir uma redução da taxa Selic, o que acaba diminuindo os juros de empréstimos em todo o mercado, facilitando o acesso de crédito para toda a sociedade. O governo também se beneficia da queda nos juros, que estão vinculados à remuneração dos credores de títulos de dívida pública.
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Uma queda no Índice Bovespa, por outro lado, pode sinalizar uma conjuntura negativa, com menor aplicação de recursos nas atividades econômicas e redução dos postos de trabalho.
O que é o Índice Bovespa?
O Ibovespa é o principal e mais antigo indicador do mercado brasileiro, servindo de referência para investidores em todo o mundo. Ele reflete em tempo real o volume das ações negociadas na Bolsa de Valores. O IBOV é definido de acordo com a lei de oferta e procura dos investidores pelas ações.
Quanto maior o interesse dos compradores, maior será o preço dos papéis negociados na Bolsa. O inverso também acontece, ou seja, o número grande de vendedores derruba o valor do indicador.
O índice Bovespa foi criado em janeiro de 1968, um ano depois do surgimento da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que, após fusões com outras instituições do mercado financeiro, deu origem à B3 — Brasil, Bolsa, Balcão. Em seu primeiro pregão, contava com 17 empresas.
No início, o Ibovespa media empresas de commodities e de indústrias de base, como siderúrgicas e metalúrgicas. A partir da década de 1970, as empresas estatais ganharam relevância na composição do indicador, até começarem a dar espaço para as companhias privadas nos anos 1980.
A década de 1990 foi marcada pelo domínio das empresas de telecomunicações, como a Telebras, que chegou a representar metade do indicador. No entanto, a partir da virada do século, bancos e financeiras ganharam força na composição do Ibovespa.
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Atualmente, o indicador também agrega empresas de educação, saúde e shopping. Mesmo assim, as ações ordinárias da Vale (VALE3) e preferenciais da Petrobras (PETR4) e do Itaú Unibanco (ITUB4) têm a maior participação no IBOV. No total, 84 papéis compõem o índice, que representa 85% de todo o volume movimentado pela bolsa brasileira.
Quais ações entram na conta do Ibovespa?
Nem todas as empresas listadas na B3 são contabilizadas pelo Ibovespa. O indicador é formado por uma carteira teórica dos ativos mais negociados na Bolsa e é composto de ações com o maior volume de movimentação no mercado. Isso não significa, necessariamente, que as empresas participantes tenham mais valor.
Para inclusão no IBOV, a ação não pode ser classificada como uma penny stock, ou seja, uma ação com negociação em valores muito baixos, menores que 1 real. É necessário também que, durante os últimos 12 meses, haja participação:
- nos ativos elegíveis, que, em ordem decrescente de Índice de Negociabilidade (IN), representam um conjunto de 85% do somatório total desses indicadores;
- em 95% dos pregões do período;
- com um volume financeiro maior ou igual a 0,1% no mercado à vista.
A cada quatro meses, a Bolsa reavalia as ações que fazem parte do Ibovespa para manter a importância do indicador. Existem três carteiras do índice por ano: a primeira com validade de janeiro a abril, a segunda de maio a agosto e a última, de setembro a dezembro. A participação no índice é proporcional ao volume negociado na Bolsa. Uma empresa não pode ter representatividade maior que 20% em cada carteira.
Como é calculado o Índice Bovespa?
O sistema de pontos Ibovespa busca representar o comportamento dos preços do conjunto de ações nos pregões administrados pela B3. Em sua criação, o cálculo do Índice Bovespa tinha por objetivo criar uma carteira que tivesse um valor de mercado de 100 cruzeiros novos, e o Ibovespa iniciaria valendo 100 pontos.
Ao longo de 50 anos, houve um aperfeiçoamento na maneira de calcular o indicador, mas o conceito se mantém em sua essência hoje: cada ponto equivale a 1 real. Assim, uma carteira com uma composição idêntica ao do índice custa aproximadamente R$ 120 mil, que é a quantidade de pontos do Ibovespa.
Apesar de a pontuação ser importante para compreender a valorização da Bolsa, a variação de pontos durante um período é uma referência mais relevante para entender e comparar o desempenho das ações e de fundos de renda variável. Dessa maneira, qualquer investimento do tipo deve ter uma rentabilidade maior do que essa taxa para ser considerado bom.
A flutuação do índice reflete a expectativa dos investidores em relação aos ativos e aos cenários interno e externo. Quando a pontuação do Ibovespa sobe, isso significa que, na média, as ações que a compõem se valorizaram. O movimento de queda indica que boa parte dos papéis fechou o dia no vermelho.
Como investir com o Índice Bovespa?
Existem opções no mercado com rentabilidade atrelada à evolução do Índice Bovespa. As principais operações atreladas ao indicador são:
- Contrato Futuro: negociação de lotes de cinco contratos com data de vencimento futura predeterminada e variação baseada no Ibovespa, sem a necessidade de ter que comprar toda a carteira de ação do índice.
- Minicontratos: opção que funciona da mesma forma do que os contratos, mas possibilita a negociação de 20% do contrato cheio.
Exchange Traded Funds (ETFs): fundos que reproduzem a composição das ações do Ibovespa para acompanhar a sua rentabilidade. - Fundos de Ações: ao contrário dos ETFs, esses fundos podem definir uma estratégia de compra diferente do Índice Bovespa.
Fonte: B3.
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