Ouro pode alcançar novos patamares em meio a incertezas causadas por pressões políticas sobre o Federal Reserve (Foto: Adobe Stock)
A guerra do presidente Donald Trump contra a independência do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode causar tantos danos aos mercados de títulos, ações e câmbio do dólar que investidores podem buscar ainda mais refúgio no ouro, disse o Goldman Sachs em um relatório visto pela Fortune. Isso, por sua vez, poderia elevar o preço do ouro para até US$ 5 mil por onça troy.
A Casa Branca deixa claro que quer mais aliados no Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC). Trump e seus aliados pediram investigações criminais contra o presidente do Fed, Jerome Powell (acusado de enganar o Congresso), e contra a diretora Lisa Cook (acusada de falsas declarações em documentos de hipoteca). Ele tentou demitir Cook e já deixou claro que substituirá Powell por alguém mais alinhado politicamente com seu desejo de juros mais baixos.
Com os investidores questionando a segurança da independência do Fed, isso muda o jogo para os ativos de proteção, disseram Samantha Dart e sua equipe do Goldman aos clientes.
“Um cenário em que a independência do Fed seja prejudicada provavelmente levaria a inflação mais alta, juros longos mais elevados (e preços de títulos mais baixos), queda nas ações e erosão do status do dólar como moeda de reserva. Em contraste, o ouro é uma reserva de valor que não depende de confiança institucional”, escreveu.
Dart projetou um “cenário de risco extremo” de US$ 4.500, mas destacou que não seria necessária uma grande mudança na demanda para levar o ouro acima de US$ 5.000. O mercado de ETF (fundo de investimento negociado na Bolsa de Valores como se fosse uma ação) de ouro equivale a apenas 1% do tamanho do mercado de Treasuries (títulos da dívida estadunidense), ela explicou.
No sentido inverso, “estimamos que, se 1% do mercado de Treasuries de propriedade privada nos EUA migrasse para o ouro, o preço do ouro subiria para quase US$ 5 mil por onça troy, mantendo-se todo o resto constante”. “Por isso, o ouro continua sendo nossa recomendação de compra mais forte no setor de commodities.”
Enquanto isso, no mercado de trabalho, o relatório de empregos americano (payroll) veio bem abaixo do esperado, segundo dados divulgados na sexta-feira (5) pelo Departamento do Trabalho do país. A economia dos Estados Unidos criou 22 mil empregos em agosto, em termos líquidos, enquanto analistas consultados pelo Projeções Broadcast esperavam criação de 0 a 104 mil vagas (mediana de 76 mil).
E os cortes de juros já estão sendo precificados. Segundo a ferramenta FedWatch da CME, na sexta-feira (5), a aposta em redução das taxas era de quase 100%. A única divergência entre os analistas de Wall Street é sobre quantos cortes o Fed fará e em que momento.
“O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse na quarta-feira (3) que a alta da inflação representa um risco maior ao duplo mandato do Fed do que a deterioração do mercado de trabalho, mesmo com a desaceleração das contratações, e que um único corte de 25 pontos-base este ano refletiria adequadamente o risco crescente à meta de pleno emprego do Fed. Já o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que a inflação ainda está alta e que não está convencido de que a inflação provocada pelas tarifas será apenas temporária”, relatou Peter Schaffrik, do RBC.
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No Deutsche Bank, Jim Reid e sua equipe observaram que o diretor Christopher Waller “reiterou sua expectativa de que o Fed deva cortar na próxima reunião e defendeu múltiplos cortes nos próximos meses. Suas preocupações com o mercado de trabalho ganharam apoio no último Livro Bege, um relatório sobre as atuais condições econômicas em cada um dos 12 distritos do Fed, que apontou que sete dos 12 distritos do banco relataram que ‘as empresas estavam hesitantes em contratar devido à demanda mais fraca ou à incerteza’.”
Esta história foi originalmente apresentada na Fortune.com c.2025 Fortune Media IP LimitedDistribuído por The New York Times Licensing Group
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