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Na última quarta-feira (5), o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a abertura de uma auditoria “urgente” sobre a gestão do Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) após ser detectado um “prejuízo” de R$ 14 bilhões em um dos planos de previdência entre janeiro e novembro do ano passado. A notícia, publicada pelo Estadão, acendeu um alerta no mercado sobre a situação financeira do maior fundo de pensão do País.
Agora, a entidade veio a público se posicionar a respeito. De acordo com a Previ, embora o ano de 2024 tenha apresentado grande volatilidade, os planos continuam em equilíbrio em função dos bons resultados de 2023, “também construídos pela gestão atual”. Não há, na visão da instituição, nenhum risco de equacionamento, nem de pagamento de contribuições extraordinárias pelos associados ou pelo Banco do Brasil.
A Previ também indica que o déficit de R$ 14 bilhões do ano passado não deve ser confundido com “prejuízo“, já que o fundo não precisou vender nenhum ativo para recompor suas reservas ou cumprir com as obrigações. “Pelo contrário, segue saudável pagando mais de R$ 16 bilhões em benefícios por ano, inclusive com recursos oriundos de dividendos das empresas que possui em seu portfólio”, afirma a entidade. “Já sobre as ilações de falhas na gestão, a entidade registra seu mais veemente repúdio, pois afirmações rasas trazidas a público desqualificam um assunto de relevada importância para milhares de associados.”
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A Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) também ressalta que avaliar os resultados apenas de um período específico pode gerar “percepções equivocadas” sobre a solidez e governança do sistema de previdência complementar fechada no Brasil.
“A rentabilidade dos fundos de pensão deve ser analisada sob uma perspectiva de longo prazo, pois esses investimentos possuem ciclos extensos de acumulação de reserva e gestão previdenciária. Avaliações de curto prazo não refletem a robustez do sistema. Em 2023, por exemplo, o sistema apresentou resultados superavitários, encerrando o ano com um superávit líquido de R$ 14 bilhões“, diz a Abrapp.
“Inequívoco risco” para os beneficiários da Previ?
A Previ tenta acalmar os associados, mas o tom utilizado pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Walton Alencar Rodrigues foi no sentido contrário. Em sessão realizada na última quarta (5), o parlamentar classificou como “pífio” o desempenho dos planos da Previ no ano passado e ressaltou que a performance demonstra uma situação de “inequívoco risco” para os beneficiários e expõe “sérios problemas de gestão” nos fundos de pensão.
“Os resultados obtidos no ano de 2024 dão causas a gravíssimas preocupações“, diz Alencar Rodrigues, que destaca ter sido procurado no passado por pessoas interessadas com informações relevantes sobre “desmandos” na gestão de fundos de pensão. “Tal fato é seríssimo, elevando os riscos dos segurados da Previ.”