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- No atual cenário de juros elevados, é possível encontrar nas plataformas de investimento títulos prefixados com retornos de 15,70%
- Instituições maiores têm menor risco de quebrar e, por isso, pagam menos pela emissão de seus títulos
- Um ponto a ser considerado é o prazo de resgate, que envolve conceitos como risco de mercado e de liquidez
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é o investimento de Renda Fixa preferido dos brasileiros, com um estoque de R$ 2,3 trilhões investidos, mais de duas vezes a poupança. Embora seja uma aplicação segura por ter cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de R$ 250 mil por CPF, é importante se atentar para alguns critérios antes de investir neste tipo de título.
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No atual cenário de juros elevados, é possível encontrar nas plataformas de investimento títulos prefixados com retornos de 15,70% ao ano e pós-fixados com rendimentos que superam os 120% do CDI. Rentabilidade, no entanto, não deve ser o único critério a ser levado em consideração.
Há riscos que mesmo o FGC não soluciona totalmente. No caso da quebra de um banco, o processo de recuperação dos investimentos não é imediato, podendo levar até meses, um período de estresse em que não haverá rendimento.
E são justamente as instituições bancárias com o maior risco de insolvência que pagam os melhores prêmios para atrair os investidores aos seus ativos. Na prática, ao escolher um CDB, o investidor está emprestando seu dinheiro.
Bancos menores pagam mais, mas são mais arriscados
O banco usa esse recurso para ganhar seu dinheiro fazendo um empréstimo pessoal na outra ponta, por exemplo, lucrando na diferença chamada de spread. “O banco não coloca seu dinheiro para emprestar, ele opera alavancado”, explica Matheus Nascimento, analista da Levante. “Quando os bancos são menores, esse prêmio de risco é maior. Por isso, ele tem que pagar mais para o investidor do CDB.”
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Por outro lado, instituições maiores têm menor risco de quebrar e, por isso, pagam menos pela emissão de seus títulos, garantindo maior margem de spread na outra ponta. São instituições com operações mais sólidas.
Por isso, é importante manter o equilíbrio entre CDBs mais rentáveis e aqueles que pagam menos. “No mercado, quanto maior o risco, maior o retorno. Então, a melhor estratégia é sempre compor uma carteira balanceada e não investir somente pela rentabilidade”, reforça Rodrigo Girolamo Belz, especialista de Investimentos do Sistema Ailos.
Analisando a saúde financeira do emissor
Antes de investir em um CDB, o investidor precisa analisar a saúde financeira da instituição emissora. Qual a margem naquela diferença de juros pagos e captados, como está a evolução de suas despesas e sua margem líquida (receita menos seus custos) e qual a evolução de seu lucro líquido ao longo dos anos? Esses são pontos de atenção que servem para avaliar a relação do lucro sobre o patrimônio líquido, o chamado ROE (return on equity).
“Um outro aspecto está relacionado à dinâmica da carteira de crédito da instituição”, diz Nascimento da Levante. Nesta análise, o investidor vai procurar saber o segmento em que a instituição bancária trabalha. “É um banco que opera mais pessoa física, pessoa jurídica ou tem uma relação equilibrada?”, questiona. Bancos focados em pessoa física têm um nível de inadimplência mais alto. Mas há riscos entre aqueles cujos clientes são empresas. “Quando a gente fala de PJ, as linhas de capital de giro, de recebíveis, possuem um nível de inadimplência histórica mais elevado”, comenta.
Ainda há as questões relacionadas ao grau de exposição a risco do capital proprietário do banco, o chamado Índice de Basileia (medida regulatória destinada a garantir a solidez financeira das instituições bancárias).
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Toda essa gama de análise pode ser resumida pela nota de crédito, ou rating, do banco. As principais agências de rating são Fitch Ratings, Moody’s e Standard & Poor’s (S&P). No site delas é possível consultar relatórios ou notas de crédito, com algumas informações gratuitas. Alguns bancos divulgam suas notas de crédito diretamente em seus sites, na seção de “Relações com Investidores” ou “Transparência”. Corretoras e plataformas de investimento também fornecem esses dados, disponíveis nas fichas dos CDBs ou com o auxílio de consultores é possível se informar.
Prazo de investimento é outro ponto importante
Eduardo Nassar, head de vendas de renda fixa e produtos estruturados da Genial Investimentos, lembra de outro ponto a ser considerado: o prazo de resgate, que envolve conceitos como risco de mercado e de liquidez. Se o investidor precisar desfazer-se do investimento antes do vencimento, o valor de resgate pode variar conforme as condições de mercado, de modo que pode acabar perdendo dinheiro. “Por isso, é fundamental alinhar o horizonte de investimento com o prazo do CDB e considerar cuidadosamente suas necessidades de liquidez”, argumenta o especialista.
Ainda em relação ao prazo de vencimento dos títulos, é bom lembrar da cobrança do Imposto de Renda, que segue uma tabela regressiva, considerando o prazo para resgate. Quanto maior o tempo de aplicação, menor é a alíquota. A cobrança de impostos regride com o passar do tempo:
- Até 180 dias de aplicação: alíquota de 22,5% de IR;
- Entre 181 e 360 dias: alíquota de 20%;
- Entre 361 e 720 dias: alíquota de 17,5%;
- Acima de 720 dias: alíquota de 15%.