- A queda de juros tem feito investidores buscaram novas opções para manter a rentabilidade da carteira de renda fixa
- Mas especialistas ainda veem os CDBs como boas oportunidades de investimento
- Um levantamento feito a pedido do E-Investidor mapeou as melhores taxas disponíveis atualmente no mercado; veja quanto rende uma aplicação de R$ 1 mil nesses títulos
A queda na taxa básica de juros do País em 2023 começou a dar indicativos de que para manter a rentabilidade da carteira de renda fixa no próximo ano será preciso fazer ajustes nas posições. Mas isso não significa que investidores precisam sair correndo de alguns ativos. Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), que já há um tempo conquistaram o mercado, devem continuar ganhando destaque, segundo a avaliação de especialistas.
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Ao longo de 2023, a Selic saiu de 13,75% ao ano para 11,75% ao ano. A projeção do mercado agora, segundo o Boletim Focus da última segunda-feira (18), mostra que a taxa deve continuar a trajetória de queda até bater os 9,25% ao ano no final de 2024. Veja onde investir na renda fixa no próximo ano.
“O CDB continua fazendo sentido tanto para o investidor conservador que não tolera oscilações e busca retorno constante como para o perfil moderado, que direciona parte do seu portfólio em aplicações com menos risco”, destaca Ana Paula Carvalho, planejadora financeira CFP e sócia da AVG Capital. “E ainda que a taxa de juros esteja caindo, a expectativa para o fim do ano é de aproximadamente 9%, que é uma boa taxa.”
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Um levantamento feito pelo buscador de investimentos Yubb, a pedido do E-Investidor, mapeou a rentabilidade média dos títulos bancários disponíveis no mercado, simulando quando renderia uma aplicação de R$ 1 mil no prazo de vencimento de cada ativo.
CDBs de bancos grandes
Entre os títulos emitidos pelos bancos grandes, as taxas oferecidas variam entre 70% a 89,5% do CDI, com investimentos mínimos de R$ 100 e prazos de vencimento variando entre 1 mês a 5 anos. Confira quanto rende R$ 1 mil nesses ativos:
Emissor | Rentabilidade | Prazo | Retorno bruto |
Itaú | 89,50% do CDI | 4 anos | R$ 1.491,78 |
Bradesco | 89% do CDI | 3 anos | R$ 1.347,68 |
Itaú | 88,50% do CDI | 3 anos | R$ 1.345,53 |
Banco do Brasil | 88% do CDI | 2 anos | R$ 1.217,49 |
Banco do Brasil | 86% do CDI | 1 ano | R$ 1.101,05 |
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CDBs de bancos médios e pequenos
Para quem tem apetite para a um grau a mais de risco na carteira, é possível aumentar o retorno da aplicação via CDBs de bancos médios e pequenos, que ainda oferecem taxas entre 95% a 125% do CDI. Nesse caso, é possível fazer investimentos a partir de R$ 1, com vencimento entre 1 mês e 8 anos.
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Veja quanto rende um investimento de R$ 1 mil:
Emissor | Rentabilidade | Prazo | Retorno bruto |
Master | 125% do CDI | 2 anos | R$ 1.315,32 |
Will Financeira | 123% do CDI | 5 anos | R$ 1.963,93 |
Caruana Financeira | 121% do CDI | 5 anos | R$ 1.943,85 |
BMG | 120% do CDI | 3 anos | R$ 1.485,45 |
Original | 120% do CDI | 3 anos | R$ 1.485,45 |
Como escolher um CDB
Antes de investir em um CDB, o investidor precisa levar em consideração alguns pontos – independentemente do patamar da taxa de juros. O principal, segundo especialistas, consiste em entender quem é a instituição emissora do título e, assim, qual o nível de risco de crédito que a aplicação oferece. No geral, bancos menores costumam ser mais “arriscados”.
“O emissor do papel acaba sendo um fator preponderante, porque não adianta só reparar na taxa e não olhar a qualidade do ativo que está comprando”, afirma Luccas Fiorelli, sócio da HCI Invest e planejador financeiro pela Planejar.
O especialista explica que o rating – a “nota” de determinada instituição nas casas de crédito – de um emissor precisa ser alto. Do contrário, o investidor pode estar colocando um grau de risco a mais na própria carteira por meio de uma aplicação de renda fixa que, em tese, deveria ser menos arriscada.
Na dúvida, uma alternativa pode ser não ultrapassar o valor dos R$ 250 mil, com rendimentos, que são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Como os CDBs oferecem essa proteção, aplicações menores a esse valor têm esta saída no caso de uma eventual falência da instituição emissora ou calote.
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“O investidor precisa ficar atento e sempre colocar abaixo desse valor para caso aconteça alguma coisa com relação ao emissor ele ter a garantia do seu dinheiro de volta”, diz Marcelo Boragini, sócio da Davos Investimentos.
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