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Renda fixa: 4 dicas para escolher o melhor investimento para seu perfil

Saber o porquê de estar investindo facilita na hora de tomar uma decisão; auxílio de profissionais é recomendado

Renda fixa: 4 dicas para escolher o melhor investimento para seu perfil
Renda fixa. (Imagem: Rmcarvalhobsb em Adobe Stock)

Quem investe em renda fixa tem de lidar com diversas siglas e termos do setor financeiro, como CDB, CDI, LCA, Tesouro IPCA+ 6%, Tesouro Selic, ‘prefixado’, ‘pós-fixado’ e ‘liquidez diária’.

Antes de sair comprando produtos com base em letras e números, é preciso entender que cada título de renda fixa apresenta uma combinação de características e atende necessidades distintas. Quanto rendem, qual o valor mínimo de aplicação e quanto pagam de tributos são só alguns pontos que devem ser considerados pelo investidor.

Saber o objetivo do investimento pode facilitar na tomada de decisão: fazer uma viagem, planejar a aposentadoria, guardar dinheiro para a casa própria ou para os estudos dos filhos. São muitas as possibilidades e desde o primeiro momento isso deve ser discutido com um profissional de finanças.

Remuneração e isenção de impostos

A remuneração é o primeiro aspecto que vem à cabeça dos investidores. Quanto vou lucrar com essa aplicação? Via de regra, investimentos que visam o longo prazo, com aportes iniciais mais robustos, tendem a devolver lucros maiores. Mas aí vale atenção: há incidência de tributos como Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ou Imposto de Renda (IR)?

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Uma simulação é capaz de explicar a importância de considerar os impostos sobre os retornos: um Certificado de Depósito Bancário (CDB) com rendimento de 100% do CDI pode ser encontrado com facilidade no mercado. O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é uma taxa que orbita a principal referência dos juros no País (a taxa Selic) e está no patamar de 10,65% ao ano (bem próximo aos 10,5% aa da Selic).

Fazendo uma aplicação de R$ 1 milhão por 12 meses, com um CDB nas condições acima, por exemplo, o investidor receberia cerca de R$ 106,5 mil ao término do contrato. No entanto, o período da aplicação levaria ao desconto de 17,5% de IR. Descontada a alíquota do tributo, o retorno final do CDB seria R$ 87,9 mil.

O mesmo valor de R$ 1 milhão em uma Letra de Crédito Imobiliário (LCI), com rendimento de 90% do CDI (produto comum no mercado), retornaria ao investidor R$ 95,8 mil. Mas nesse caso não haveria descontos de IR.

A diferença entre retornos seria de quase R$ 8 mil em favor da LCI, mesmo que o rendimento do CDI oferecido pelo CBD fosse maior, no início do processo. Portanto, é preciso pesquisar e fazer cálculos antes de tomar decisões, por mais atrativo que um produto pareça no primeiro momento.

Liquidez dos títulos impacta o rendimento?

Ao avaliar a aquisição de produtos de renda fixa, como CDB, LCI e tantos outros, a rentabilidade não pode ser o único fator observado pelo contratante, ainda que seja crucial.

Em geral, ativos de renda fixa mais vantajosos quase sempre estabelecem a condição de resgate no vencimento. E quanto maior o tempo de aplicação, mais robusta tende a ser a rentabilidade final. Desse modo, os prefixados (ainda que considerados conservadores) podem ser muito lucrativos para quem consegue fazer um planejamento a longo prazo.

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Via de regra, títulos pós-fixados (que variam ao longo do tempo) oferecem liquidez diária e, por isso, surgem como uma opção de reserva de emergência ao investidor. Isso significa que eles são mais fáceis de serem vendidos antes do vencimento, no caso de imprevistos. Mas sempre existe o risco de receber menos do que o retorno que seria obtido ao término do contrato.

Isso ocorre, porque as condições do momento afetam a negociação do título. Se a conjuntura atual for mais adversa para a compra do ativo em questão, o valor de mercado do ativo será menor do que o acordado no contrato — acarretando prejuízo ao portador.

É verdade que o contrário pode acontecer: se as taxas de juros futuros caírem, e o título comprado no passado remunerar mais do que os contratos presentes, o ativo pode ser negociado com valorização extra. Mas esse tipo de risco quase ninguém está disposto a assumir sem ao menos ponderar antes.

Dá para se proteger da inflação com renda fixa?

Entre as opções mais populares no mercado também se encontram os títulos de renda fixa vinculados a uma taxa de juros, como o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Diferente dos produtos prefixados, esses ativos possuem movimentos de alta e baixa ao longo do tempo, justamente por acompanharem o ritmo da inflação no País.

Os produtos vinculados a um índice variável podem ser pós-fixados, quando estão indexados somente a um índice flutuante, ou podem combinar os dois tipos (chamados híbridos): uma parte do rendimento fica estável enquanto a outra está sujeita a subir mais ou menos. O Tesouro IPCA+ é um exemplo de título híbrido.

Recentemente, o produto ganhou os holofotes por atingir o patamar de ‘juros de crise’. Em outras palavras, remunerando investidores com a variação da inflação mais um valor prefixado acima de 6% ao ano. Revelando-se não só como uma estratégia para quem quer se proteger contra a desvalorização da moeda, mas oferecendo ganhos elevados.

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Considerando os últimos cinco anos, foram poucos os períodos em que houve oferta de taxas reais pagando acima de 6% aa. Dessa forma, é esperado que investidores tentem tirar o maior proveito desses momentos raros, seja para planejar a aposentadoria ou apenas fazer seu dinheiro multiplicar. Mas a regrinha de manter o investimento até o fim do contrato também se aplica aqui.

Existe valor mínimo para investir em renda fixa?

O valor mínimo para aplicar em renda fixa varia muito e, em alguns casos, está submetido às condições de cada instituição financeira. Quem não tem grandes quantias para investir pode começar com valores pequenos, às vezes inferiores a R$ 50 a depender do banco ou corretora.

A qualidade da instituição financeira, porém, deve ser avaliada com seriedade. Não é raro que elas ofereçam condições muito “generosas” quando precisam de liquidez (ou seja, quando as coisas não vão bem). Como sugere a sabedoria popular: quando a esmola for demais, desconfie.

Vale destacar ainda que o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) oferece cobertura para valores até R$ 250 mil para produtos como o CDB, a LCI e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). Caso a instituição escolhida para aplicação não pague o que deve aos credores, o investidor recebe o dinheiro de volta, observado o limite máximo.

Além disso, os títulos públicos negociados pela plataforma do Tesouro Direto (como o citado Tesouro IPCA+) são garantidos pelo governo federal e considerados como os ativos mais seguros do País. Ainda assim, todo e qualquer ativo financeiro oferece risco em algum grau e este deve ser considerado.

O mais recomendado é que antes de adquirir qualquer título de renda fixa, o investidor busque o aconselhamento de profissionais capacitados de finanças. Além de apontarem o perfil de cada pessoa (e os ativos mais adequados), um assessor de investimentos pode ajudar a entender as necessidades e urgências que o cliente tem.

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