- A especialista falou da importância de entender como funcionam os papéis do Tesouro para não perder dinheiro
De 2008 a 2021, o Ibovespa apresentou um retorno acumulado de 64%. No mesmo período, investir em um Tesouro Selic rendeu 217%, enquanto ficar em um IPCA+ longo trouxe rentabilidade de 389%.
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Para além desses patamares, escolher os títulos do Tesouro Direto certos para obter lucro com cada ciclo econômico rendeu 1376% ao investidor – uma alta comparável a de alguns criptoativos.
Marília Fontes, analista da Nord Research e colunista do E-Investidor, apresentou esses dados nesta quinta-feira (7), segundo dia do Gramado Summit. A conferência de inovação e tecnologia dedicou este ano um palco apenas para finanças, chamado ‘Um a menos na Poupança’.
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A especialista explicou a importância de entender como funcionam os papéis do Tesouro para não perder dinheiro. Até porque, caso a venda seja feito antes do vencimento, os títulos Prefixados e IPCA+ podem causar grandes prejuízos.
“Eu não compro um prefixado quando acho que os juros vão ser revisados para cima”, afirma Fontes. “Quando você tem um cenário de crescimento, de aumento de demanda e inflação, tem títulos que se beneficiam desse cenário. E não é o IPCA+.”
É importante lembrar que quando é esperada uma elevação da Selic, quem tem títulos prefixados na carteira vê os papéis perderem valor para a venda antes do vencimento. O mesmo ocorre com os indexados à inflação, que tem um componente pré-fixado.
A recomendação é seguir a forma com que os investidores profissionais investem na renda fixa, isto é, comprando os títulos que se beneficiam de cada momento da economia.
“Quando o juro cai, eles (os investidores profissionais) investem em pré fixado e IPCA +, quando o juro sobe, investem em pós fixados. E vocês podem fazer isso e não pagar 2% de taxa de administração para ninguém”, afirma Fontes. “O investidor profissional tem retornos tão agressivos na renda fixa quanto com ações.”
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Por último, Fontes afirma que a renda fixa pode ser melhor que bitcoin, se o investidor souber o que está fazendo. Para isso, existem dois passos fundamentais para não errar na compra de um título público: escolher o indexador correto (pós-fixado, prefixado ou híbrido) e se atentar aos vencimentos. “Quer travar um juro real com IPCA+? Faça para o curtíssimo prazo. Quando as taxas sobem, eles perdem dinheiro”, afirma a especialista. “A gente sabe o que vai acontecer na próxima semana, mas não em um ou dois anos.”
Para quem é mais conservador e não quer correr nenhum tipo de risco, o indicado é Tesouro Selic. “Não sabe onde investir? Você não precisa ir para a poupança. Você pode ficar nos pós-fixados. O que não vai te dar prejuízo é o pós-fixado”, diz Fontes.
IPCA+ Longo |
Tesouro Selic |
Melhor opção |
|
2008 |
6,13% |
12,37% |
12,37% |
2009 |
26,57% |
9,87% |
26,57% |
2010 |
29,25% |
9,75% |
29,25% |
2011 |
11,55% |
11,59% |
11,59% |
2012 |
44,32% |
8,39% |
44,32% |
2013 |
-34,70% |
8,06% |
8,06% |
2014 |
20,70% |
10,81% |
20,70% |
2015 |
-4,00% |
13,23% |
13,23% |
2016 |
44,40% |
8,28% |
44,40% |
2017 |
4,37% |
9,92% |
9,92% |
2018 |
21,33% |
6,42% |
21,30% |
2019 |
59,52% |
5,95% |
59,52% |
2020 |
6,14% |
2,75% |
6,14% |
2021 |
-25,27% |
3,50% |
3,50% |
389,00% |
217,00% |
1376,00% |
|
R$ 10.000,00 |
R$ 38.931,39 |
R$ 21.682,84 |
R$ 137.551,60 |
Rendimentos da Renda Fixa nos últimos anos