- Mercado está otimista com a queda da Selic, após diretores do Banco Central avaliarem positivamente dados da economia, como a desinflação
- Com o movimento, títulos pré-fixados podem ser uma boa aposta na carteira
- Contudo, analistas orientam a buscar títulos com vencimento de até 3 anos para evitar perder para IPCA futuramente
O otimismo no mercado para o início do ciclo de corte da taxa básica de juros, a Selic, ganhou força nesta semana com declarações de diretores e do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que destacaram a melhora do cenário inflacionário no exterior e no Brasil.
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Em um evento do Bradesco BBI, na última segunda-feira (5) os agentes econômicos reconheceram o processo de desinflação dos preços, em especial de alimentos e bens industriais, e apontaram para a queda da Selic em breve.
O diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Mauricio Moura, disse que a Selic “vai voltar a cair em algum momento”, assim que as condições permitirem, listando três vetores principais: queda da inflação corrente, as expectativas futuras e o balanço de riscos.
O mercado reagiu positivamente e, nas últimas três sessões da semana, o Ibovespa fechou em alta. Com isso, analistas dizem que chegou a hora de discutir a compra de títulos prefixados. Como a Selic pode cair, o ideal é aproveitar os produtos atuais atrelados a retornos maiores ou igual à atual taxa de juros.
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“Faz sentido o investidor pensar em aumentar a alocação em alguns ativos prefixados, uma vez que ele consegue ‘travar’ seus ganhos em uma taxa mais alta, mesmo com a queda da taxa básica de juros”, explicou Marina Renosto, head de alocações da Blackbird Investimentos.
Prefixados de médio prazo são títulos ideais
Para o head de Renda Fixa da WIT Invest, Lucas Siqueira, o ideal, no momento, são títulos prefixados com vencimento de até 3 anos, já que quanto mais longo for o prazo mais risco há para o investidor. “Títulos prefixados sempre apresentam um risco frente às expectativas de juros”, afirmou.
Entre os principais riscos da aplicação nos prefixados está na possibilidade dos juros voltarem a subir e travar o investidor na taxa contratada. Porém, explica Siqueira, o inverso também pode acontecer: “O investidor fica ‘travado’ em uma taxa superior”.
Por isso, Renosto, da Blackbird, recomenda diversificação em outros indexadores. “Sou a favor da diversificação dos indexadores na carteira de renda fixa. O investidor não deve zerar os ativos que acompanham o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), uma carteira defensiva, precisa ter estes indexadores”, disse.
Ciclo de queda começa e termina quando?
Siqueira analisa que nas recentes projeções o mercado começou a enxergar o primeiro corte de juros em setembro deste ano.
Contudo, Renosto comenta sobre haver divergências de quanto à redução, se de 0,25 ponto porcentual ou de 0,5 ponto porcentual, o que levaria a Selic para 13,50% e 13,25%, respectivamente.
Ela ainda aponta que, segundo o último Boletim Focus do Banco Central, divulgado na segunda-feira (5), haverá “quedas graduais da taxa básica de juros até 2025”.
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