Sem os cortes na principal referência dos juros no Brasil (a Selic), os títulos de renda fixa voltam aos holofotes. Isso se deve ao patamar (ainda elevado) em que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa: hoje, em 10,5% ao ano.
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Sem qualquer previsão de retomada de um novo ciclo de reduções por parte do Banco Central (BC), ativos de renda fixa como o Certificado de Crédito Bancário (CDB), as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI e LCA) e os títulos públicos do Tesouro ganham maior atratividade.
Entretanto, cada papel possui rendimentos, prazos de resgate e condições distintas, que atendem a necessidades e objetivos de diferentes perfis de investidores.
Quanto rendem R$ 10 mil no CDB e como ele funciona?
O CDB é um dos títulos mais populares e podem ser encontrados com facilidade em instituições financeiras, como bancos e corretoras. Ele é negociado sob condições muito distintas (a depender do estabelecimento) e pode ser contratado com três formatos: prefixado, pós-fixado e híbrido.
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É preciso entender que existem produtos de renda fixa que apresentam liquidez diária enquanto outros têm liquidez no vencimento. Via de regra, o CDB é um ativo com vencimento, de modo que a remuneração contratada é garantida pela instituição desde que haja o cumprimento do prazo.
Porém, quando contratado na modalidade de CDB pós-fixado, esses produtos podem oferecer ao investidor liquidez diária, surgindo como uma opção de reserva de emergência. Isto é, são mais fáceis de serem vendidos antes do vencimento, no caso de imprevistos.
Se o investidor aplicasse hoje R$ 10 mil no CDB, com rendimento de 100% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), o investimento retornaria o valor líquido de R$ 878, ao término de 12 meses. O cálculo já desconta a alíquota de 17,5% do Imposto de Renda (IR), que incide sobre esse título.
Quanto rendem R$ 10 mil na LCI/LCA e como elas funcionam?
As LCIs e LCAs são aplicações que financiam os setores imobiliário e do agronegócio. O rendimento desses títulos chama a atenção por serem isento da cobrança de IR e de outras taxas administrativas.
Também estão disponíveis nas modalidades prefixadas e pós-fixadas, podendo utilizar um índice de inflação ou a taxa Selic como seu indexador de referência. No entanto, as LCIs e LCAs estão sujeitas a períodos mínimos de carência, em que não podem ser negociados — normalmente, 12 meses.
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Se o investidor aplicasse hoje R$ 10 mil em LCI/LCA, com rendimento de 85% do CDI, o investimento retornaria o valor líquido de R$ 905 ao término de 12 meses. Note que mesmo com rendimento mais baixo sobre o CDI, com o mesmo aporte inicial, o retorno líquido seria maior do que o oferecido pelo CBD, devido à isenção de IR desses ativos.
Quanto rendem R$ 10 mil no Tesouro e como ele funciona?
O Tesouro Direto oferece títulos públicos do Tesouro Nacional, em parceria com a B3. Assim, o governo capta recursos para financiar investimentos públicos e, em troca, devolve ao investidor uma remuneração acrescida de juros.
Por estarem associados à União, esses títulos públicos trazem mais segurança a quem investe. Assim como para outros produtos de renda fixa, há a possibilidade de adquirir ativos prefixados (Tesouro Prefixado), atrelados à inflação (Tesouro IPCA) ou à taxa básica de juros do País (Tesouro Selic).
É comum que os títulos públicos do Tesouro ofereçam liquidez diária ao investidor, ou ainda em um dia útil a contar da data solicitada. Mas vale lembrar que a venda do ativo antes do vencimento pode levar o investidor a perdas. Recomenda-se calcular os ganhos antes de tomar essa decisão.
Considerando a modalidade prefixada, se o investidor aplicasse hoje R$ 10 mil no Tesouro Prefixado, com rendimento de 10,5% ao ano, o investimento retornaria o valor líquido de R$ 844 ao término de 12 meses. O cálculo já desconta a tributação de IR e a taxa de custódia do Tesouro.
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Antes de comprar produtos de renda fixa, a consulta a um especialista em finanças é sempre recomendada. Desse modo, não só as necessidades do cliente são identificadas, como o perfil do investidor também, na hora de escolher o ativo que melhor se adequa a ele.