- Todos os títulos do Tesouro Direto bateram às máximas do ano nesta sexta-feira (01), negociados a um nível de retorno visto apenas em momentos de crise no País
- A abertura das taxas reflete a piora do humor do mercado com o ambiente fiscal, que já não andava bem, mas se deteriorou com notícia de que o ministro da Fazenda Fernando Haddad estará na Europa ao longo da próxima semana
- Tesouro IPCA+ e Tesouro Prefixado são oferecidos a níveis recorde de rentabilidade
Todos os títulos do Tesouro Direto bateram às máximas do ano nesta sexta-feira (1), negociados a um nível de retorno visto apenas em momentos de crise no País. Agora, o IPCA + 7% está cada vez mais próximo de se tornar uma realidade para o investidor brasileiro.
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A abertura das taxas reflete a piora do humor do mercado com o ambiente fiscal, que já não andava bem, mas se deteriorou com dúvidas em relação ao corte de gastos que vem sendo negociado pelo governo e da proximidade das eleições dos EUA, que podem fazer com que o dólar ganhe força no mundo e as taxas de juros por lá também subam.
Além disso, a notícia de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estará na Europa ao longo da próxima semana também repercutiu entre investidores como um sinal de que o prometido pacote de medidas voltadas ao corte de gastos públicos não deve ser anunciado nos próximos dias.
O Tesouro IPCA+ teve uma semana de recordes. Na quinta-feira (31), os títulos com vencimento em 2029 eram negociados a uma taxa de 6,87% ao ano, além da variação de inflação. Já era um recorde do ano, mas o nível de rentabilidade continuou a subir. Na sessão desta sexta, o mesmo ativo é oferecido na máxima de 6,93%.
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Os outros ativos híbridos, como o Tesouro IPCA+ com juros semestrais, Tesouro Renda+ e Tesouro Educa+, operam com juros reais entre R$ 6,58% e 6,93%, a depender do prazo de vencimento.
O Tesouro Prefixado também bateu a máxima do ano. Quem levar os títulos 2027 até o vencimento levará 13,09% de retorno anual. O Tesouro Prefixado 2031 paga ainda mais, a 13,16% ao ano.
A deterioração das expectativas em relação ao fiscal está pesando sobre todos os ativos. Às 13h25, o Ibovespa era negociado com uma queda de 0,69%, a 128.816,75 pontos. No mesmo horário, o dólar era negociado a R$ 5,82, o maior patamar desde o início do 3º mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).