As taxas dos títulos públicos operam sem direção única nesta quarta-feira (6), dia que marca a entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelo presidente americano Donald Trump a produtos brasileiros, após iniciarem o dia em alta. Na última atualização da plataforma do Tesouro Direto, às 11h49, os rendimentos dos prefixados estavam até 0,02 pontos abaixo do registrado na sessão anterior. Na outra ponta, os títulos IPCA+, atrelados à inflação, pagavam até 0,02 pontos acima.
Os Prefixados 2028, 2032 e com juros semestrais para 2035 ofereciam retornos de 13,42%, 13,8% e 13,92% ao ano, respectivamente. Ou seja, ligeiramente menores do que os 13,44%, 13,81% e 13,93% da última terça (5). Já os títulos Tesouro IPCA+ 2029, 2040 e 2050 pagavam um juro real de 7,82%, 7,13% e 6,95%, respectivamente, superior aos 7,8%, 7,12% e 6,94% do fechamento de ontem.
Os investidores acompanham o desenrolar dos conflitos entre Brasil e EUA, com repercussões comerciais e políticas. “Com a entrada em vigor da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros nos EUA, o ambiente de negociações se torna mais restrito, ainda que não totalmente fechado. A expectativa imediata é de volatilidade nos mercados, com pressão sobre setores exportadores e revisão de projeções de crescimento em segmentos diretamente afetados”, afirma Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.
No médio prazo, Monteiro aponta que o impacto dependerá da resposta do governo brasileiro e da resiliência das empresas em redirecionar suas estratégias comerciais. “Para investidores e gestores, o momento exige cautela, diversificação de portfólio e atenção a oportunidades em setores menos expostos à relação bilateral”, diz.