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Investimentos

Como este FII perdeu R$ 200 mi no PL e cotistas só foram informados 8 meses depois?

Os informes mensais de dezembro de 2023 só foram divulgados no dia 24 de setembro com um PL 48% inferior

Como este FII perdeu R$ 200 mi no PL e cotistas só foram informados 8 meses depois?
Os fundos imobiliários se tornaram populares no mercado com o pagamento mensal de dividendos e isenção do IR (Foto: Adobe Stock)

Há quase um mês, os investidores do Tordesilhas EI (TORD11) buscam entender como o fundo imobiliário que não paga dividendos há mais de um ano perdeu R$ 200 milhões de patrimônio líquido. A informação foi divulgada no dia 24 de setembro quando os 77 mil cotistas tiveram acesso ao informe mensal referente a dezembro de 2023. Já não bastasse o atraso de oito meses, o fundo informou a queda do valor patrimonial que saiu de R$ 446,75 milhões para R$ 231,34 milhões.

Procurada pelo E-Investidor, a Vórtex, administradora do TORD11, não quis comentar o caso. A R. Capital foi acionada via e-mail e por meio de sua assessoria de imprensa, mas não respondeu os diversos pedidos de entrevista.

O reajuste em torno de 48,2% aconteceu após a empresa B2R Capital reavaliar para baixo o valor dos ativos da época. Com a divulgação, os informes mensais referentes aos meses de janeiro a julho de 2024, que haviam sido publicados periodicamente na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e que apontavam um valor patrimonial de R$ 400 milhões, foram retificados na mesma data com um PL quase 50% inferior.

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Ou seja, todas as informações sobre a realidade financeira do fundo que foram divulgadas antes do dia 24 de setembro não correspondiam com a realidade financeira do Tordesilhas EI. O problema se torna ainda mais grave porque a R.Capital Asset, gestora responsável pelo FII, interrompeu a divulgação dos relatórios gerenciais em julho do ano passado por 14 meses. Isso significa que a análise dos cotistas se baseia exclusivamente por meio dos informes mensais.

A situação trouxe revolta entre os cotistas que decidiram encaminhar o caso para a CVM por meio do serviço de atendimento ao cidadão (SAC), canal responsável por receber reclamações e denúncias envolvendo agentes do mercado de capitais. Como mostramos nesta reportagem, uma das queixas resultou na abetura de um processo na autarquia que vai investigar a suposta falta de transparência na gestão e administração do Tordesilhas EI (TORD11).