Os mercados continuam se ajustando em baixa neste início de semana e o tom é de maior cautela no exterior. Assim, o dia deverá ser fraco para os ativos no Brasil, especialmente a Bolsa, embora a baixa nos rendimentos dos Treasuries norte-americanos de longo prazo possa trazer algum alívio para as taxas de juros futuras brasileiras, evitando maiores ajustes nos ativos de risco.
Ainda assim, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para que a União compense as perdas com ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação) dos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Acre já a partir deste mês, juntando-se à outros Estados que haviam recorrido anteriormente, pode aumentar a percepção de risco fiscal.
Os investidores no exterior atuam em compasso de espera pelo simpósio anual do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em Jackson Hole, que poderá trazer novas pistas sobre o ciclo de aperto monetário nas próximas reuniões do colegiado, uma vez que dirigentes sinalizaram que mais altas de juros serão necessárias para combater a disparada da inflação na maior economia do mundo.
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O contraponto poderia ser a decisão do Banco do Povo da China (PBoC) de cortar as taxas de juros, horas atrás, para dar mais estímulos ao consumo local, mas o evento ficou em segundo plano aparentemente.
Neste cenário as principais bolsas da Europa e os índices futuros de Nova York apontam para uma segunda-feira de perdas, enquanto o índice DXY, que mede as variações do dólar frente a outras seis divisas relevantes, opera em alta, ampliando os ganhos da semana passada.
Entre as commodities também prevalece a maior cautela e os contratos futuros do petróleo operam em baixa, depois de acumularem ganhos por três sessões consecutivas.
Agenda econômica (22/08)
Brasil: O Banco Central conduz diversas reuniões trimestrais com economistas, hoje e amanhã. Tradicionalmente a semana começa com o relatório Focus (8h25). Na quarta-feira está prevista a prévia oficial da inflação em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Na quinta-feira serão divulgados os números de geração de emprego formal de julho e, na sexta-feira, saem a nota do setor externo de julho e a definição pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) da bandeira tarifária de energia elétrica de setembro.
EUA: O Simpósio de Jackson Hole, do Fed, começa na quinta-feira e é o destaque da semana. O discurso do presidente da instituição, Jerome Powell, deve ocorrer apenas na sexta-feira. A segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no segundo trimestre, na quinta-feira, também deve atrair as atenções dos investidores. Hoje teremos a divulgação do índice de atividade nacional do Fed de Chicago (9h30). Amanhã saí o Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto e as vendas de moradias novas. Na quarta-feira as vendas pendentes de imóveis e encomendas de bens duráveis devem ser conhecidas e, na sexta-feira, sai o Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) e o sentimento do consumidor da Universidade de Michigan.
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Europa: Amanhã saem os PMIs compostos da Alemanha, zona do euro e Reino Unido, além do índice de confiança do consumidor da zona do euro. Na quinta-feira destaque para a ata da última reunião do Banco Central Europeu (BCE).
China: A taxa básica de empréstimos de um ano, oferecida aos melhores clientes dos bancos, foi reduzida 3,7% para 3,65%, enquanto a taxa de cinco anos foi reduzida de 4,45% para 4,3%, segundo o Banco do Povo da China (PBoC). Lembrando que o BC chinês baixou pela última vez sua taxa de um ano em janeiro e pela última vez cortou sua taxa de cinco anos, que é usada para precificar empréstimos de longo prazo, como hipotecas, em maio.