Assim como encerraram a semana passada, os mercados internacionais começam esta segunda-feira com um tom mais negativo, refletindo as expectativas dos investidores em torno de importantes indicadores de inflação ao consumidor em diversos países, para calibrarem suas apostas sobre a continuidade e a magnitude dos próximos aumentos de juros.
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A possibilidade de um ciclo de política monetária mais austero provoca perdas superiores à 1% entre os índices futuros de Nova York e a maioria das bolsas europeias – assim como foi a madrugada asiática, onde novos sinais de desaceleração da China contribuíram para o ceticismo dos agentes.
Em paralelo, a guerra entre a Ucrânia e a Rússia continua no radar, especialmente após a confirmação ontem dos líderes do G7 (o bloco das 7 maiores economias mundiais) de se comprometerem a eliminar ou proibir a importação de petróleo russo.
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Internamente, é pouco provável que os ativos possam se manter imunes à cena global, especialmente considerando que a queda do petróleo pode pesar sobre as ações da Petrobras (quase 10% do Ibovespa) e que o front fiscal ficará em foco depois que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defendeu que os recursos para o Auxílio Brasil devem “preferencialmente” caber no teto de gastos públicos – uma vez que notícias dão conta que o Governo estaria considerando a exclusão do programa do teto de gastos para manter o orçamento atual do benefício em 2023.
Agenda econômica 09/05
Brasil: Hoje tivemos IPC-S da primeira quadrissemana de maio logo cedo (8h), mostrando desaceleração, com uma alta de 0,83% – contra 1,08% do fechamento em abril. Amanhã é dia de IGP-M do mês de maio, as vendas no varejo de março e a produção e venda de veículos referentes à abril, além da ata do COPOM.
Na quarta-feira, sai o IPCA de abril. Já na quinta-feira é o dia da pesquisa mensal de serviços de março.
EUA: Destaque hoje para os dados de estoques no atacado (11h) e discurso do presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic (9h45). Amanhã, além de discursos de vários dirigentes do Fed, a secretária do Tesouro, Janet Yellen testemunha diante de comitê bancário do Senado (11h). Na quarta-feira, será conhecido o CPI de abril e, na sexta-feira, é esperado o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan.
Europa: Na terça-feira, destaque para o índice ZEW, que meda as expectativas econômicas na Alemanha, o carro
chefe do bloco europeu. Na quarta-feira, a presidente do BCE, Christine Lagarde, discursa em evento na Eslovênia, quinta-feira sai o PIB do Reino Unido no primeiro trimestre e a produção industrial da região do euro e, finalmente na sexta-feira, serão divulgados a produção industrial da zona do euro.
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China: Durante a madrugada foram divulgados os dados da balança comercial, mostrando que o crescimento das exportações chinesas desacelerou novamente em abril, desta vez atingindo o nível mais baixo em quase dois anos.
As exportações avançaram 3,9% no mês, na comparação interanual, em linha com o esperado, mas um grande recuo frente ao mês de março, quando o crescimento foi de 14,7%. Já as importações, por sua vez, ficaram estáveis (0,0%) em abril, em relação ao mesmo período de 2021, enquanto se esperava um recuo de 3,0% no mês. Amanhã, o destaque fica para a inflação ao consumidor (CPI) referente ao mês de abril.