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Rombo da Americanas (AMER3) afeta 8 fundos imobiliários; veja a lista

Há ativos em que 34% da receita é advinda da empresa varejista. Confira a recomendação dos especialistas

Rombo da Americanas (AMER3) afeta 8 fundos imobiliários; veja a lista
Interior de unidade das Lojas Americanas. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
  • A notícia de que a Americanas (AMER3) tem uma inconsistência no balanço financeiro impactou fortemente o mercado
  • Pelo menos oito fundos imobiliários (FIIs) têm operações relacionadas com a varejista e podem ser afetados
  • Os dois casos de FIIs mais preocupantes são os da GGR Covepi Renda FII e do Max Retail

A notícia de que a Americanas (AMER3) tem uma inconsistência no balanço financeiro de R$ 20 bilhões impactou fortemente o mercado nesta quinta-feira (12). Apesar da companhia abrir as negociações depois das 14h, os bancos e outras empresas varejistas apresentaram quedas desde o começo do pregão.

Mas não é só o mercado de ações que está preocupado – veja nessa reportagem o que fazer com as ações da Americanas. De acordo com um levantamento da Suno Research, cerca de oito fundos imobiliários (FIIs) têm operações relacionadas com a varejista. São eles:

  • MAXR11 (FII Max Retail): 34% da receita é advinda da Americanas;
  • GGRC11 (GGR Covepi Renda FII): 19,91%;
  • XPLG11 (XP Log FII): 8%;
  • LVBI11 (FII VBI Logístico): 7%;
  • BRCO11 (Bresco Logístico): 6%;
  • VIUR11 (Vinci Imóveis Urbanos FII): 1%;
  • RBRL11 (Rbr Log – Fundo de Investimento Imobiliário): o valor não foi informado, mas o contrato foi rescindido;
  • HGLG11 (CSHG Logística): em estágios finais de venda do seu terreno alugado pela Americanas para o GGRC11

Entre os fundos que têm a Americanas como inquilino, o evento mais recente foi o da renovação de contrato da Bresco Logística, que em novembro de 2022 anunciou um novo acordo para a locação do imóvel em Contagem-MG até 30 de setembro de 2027.

Porém, segundo especialistas, os dois casos mais preocupantes são: da GGR Covepi Renda FII, que está comprando o último terreno da CSHG Fundo Logística, em Uberlândia-MG, o que deve aumentar a participação da varejista na receita do fundo; e o Max Retail, que tem um terço da receita atrelada à Americanas.

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Marcos Baroni, especialista em fundos imobiliários da Suno Research, afirmou durante uma live que ainda não é possível saber a profundidade do impacto do “risco sacado, a ponto de gerar uma insolvência na companhia e, consequentemente, não ter mais capital para honrar com seus contratos de locação”.

O especialista afirma também que se a companhia parar de pagar o aluguel a situação da empresa tende a piorar. Vale destacar que a grande diferença entre as ações da varejista e os fundos relacionados é que, enquanto o primeiro ativo é impactado diretamente pelo desempenho da companhia, os FIIs podem ficar desocupados pela Americanas, mas, em seguida, serem alocados por outro inquilino, retomando a dinâmica de investimentos.

Como se posicionar?

Caio Araújo, analista da Empiricus, afirmou que recomenda que investidores comprem ou continuem com suas posições nos fundos: BTLG11; BRCO11; e XPLG. Segundo ele, esses ativos devem ter um impacto menor diante das questões financeiras da varejista, já que estão expostos aos resultados de outras companhias.

De acordo com o XP Log FII, no documento que explica as características do produto, os principais locatários do fundo são: Via (17%); Leroy (13%); e Grupo Pão de Açúcar (9%) – a Americanas está em quarto lugar.

No caso do VIUR11, Araújo não tem recomendação de compra, “nada de significativo em relação a AMER3, gosto da gestão, mas não vejo o produto com preços atrativos”.

Veja também: quem é a PwC, a auditoria que aprovou as contas da Americanas

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E quanto aos fundos com maior relação comercial com a Americanas, GGRC11 e MAXR11, “eu tomaria cuidado pela concentração que eles possuem com a varejista, já que podem sofrer no curto prazo”, diz o especialista.

Gabriel Fiorillo, sócio e head de fundos imobiliários da Acqua Vero Investimentos, por sua vez, acredita que os investidores não precisam se preocupar com os fundos imobiliários, já que os produtos possuem negócios com outras companhias e não só com a Americanas. Ou seja, um portfólio diversificado que tende a reduzir o impacto quando acontece algo de tamanha proporção com um grande player do mercado.

Mesmo assim, ele diz que a varejista pode trazer um impacto no preço dos ativos no curtíssimo prazo. “Mas acho algo especulativo, já que não há indícios de que a empresa vai rescindir os contratos de aluguel”.

Veja como está o desempenho dos fundos imobiliários nesta quinta-feira, às 16h.

  • MAXR11 (FII Max Retail): queda de 2,53%;
  • GGRC11 (GGR Covepi Renda FII): queda de 4,09%;
  • XPLG11 (XP Log FII): queda de 0,48%;
  • LVBI11 (FII VBI Logístico): queda de 1,67%;
  • BRCO11 (Bresco Logístico): queda de 0,68%;
  • VIUR11 (Vinci Imóveis Urbanos FII): queda de 1,48%;
  • RBRL11 (Rbr Log – Fundo de Investimento Imobiliário): queda de 0,15%;
  • HGLG11 (CSHG Logística): queda de 0,03%

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