As 39 ações do Ibovespa que ignoram a alta da Selic e superam o CDI "com folga"

Por Daniel Rocha

12/05/2025 | 11:36 Atualização: 12/05/2025 | 11:36

A Selic alcançou o seu maior nível desde agosto de 2006 na última quarta-feira (7), após o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), decidir elevar a taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual. E em tempos de alta de juros, o Certificado de Depósito Bancário (CDI), que tende a acompanhar os movimentos da Selic, se transforma em uma referência de retorno mínimo exigido pelos investidores para qualquer investimento, principalmente para os ativos de renda fixa.

Contudo, há companhias que não se intimidam com o ciclo de aperto monetário. Isso porque já comprovaram ao mercado a sua capacidade de entregar “com folga” retornos acima do CDI no longo prazo. Um levantamento realizado pela ComDinheiro, a pedido do E-Investidor, conseguiu identificar 39 ações listadas no Ibovespa, principal índice da B3, com esse perfil. Esse grupo ultrapassou CDI em um intervalo de 10 anos com ganhos de até 7.000%. Os dados consideraram tanto a rentabilidade do papel na Bolsa de Valores quanto o pagamento de dividendos.

As ações da Prio (PRIO3) são o grande destaque. Enquanto o CDI teve um retorno de 143,91%, o papel da petroleira entregou para os seus investidores um retorno surpreendente de 7.381,83% no acumulado de abril de 2015 a abril de 2025. A título de comparação, o ganho foi superior em 6,9 mil pontos porcentuais acima do retorno das ações da Weg (WEGE3) que ficaram na segunda colocação no ranking das companhias com um desempenho acima do CDI.

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“A empresa implementou um plano de reestruturação bem-sucedido, focando em ativos maduros e reduzindo custos operacionais. Além disso, aquisições estratégicas, como a compra de ativos da Petrobras (PETR3; PETR4), ampliaram sua base de produção e reservas”, diz Fábio Sobreira, analista CNPI-P da Rocha Opções de Investimentos.

Os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) e ações preferenciais classe B da Eletrobras (ELET6) apareceram em seguida, com retornos de 846,97% e de 845,54%, respectivamente. Bancos, empresas ligadas a commodities e até outras varejistas, como a Magazine Luíza (MGLU3), conseguiram superar o CDI entre os anos de 2015 e 2025.

A explicação para a presença de companhias de diversos setores econômicos está na qualidade da gestão operacional e na capacidade de entregar resultados. “As empresas saudáveis conseguem performar acima do índice de renda fixa. Ou seja, a robustez da companhia em si e como ela enfrenta os ciclos econômicos ajudam a ter um desempenho superior à média do seu setor”, diz Filipe Ferreira, diretor da Nelogica e responsável pela plataforma ComDinheiro.

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