O que este conteúdo fez por você?
- Prejuízo reportado foi de R$ 206,9 milhões. Embora seja 68% inferior a perda de R$ 656,7 milhões de reais um ano antes, o resultado reverte o lucro de R$ 50,8 milhões no primeiro trimestre
- Além do prejuízo reportado e do aumento das despesas, analistas chamam atenção para a receita fraca da companhia
As ações do IRB Brasil RE (IRBR3), que opera no mercado de seguros, chegaram a bater a mínima histórica nesta terça-feira (17), com queda de 7,5%, a R$ 5,05. A companhia divulgou no mesmo dia os resultados do segundo semestre, reportando prejuízo líquido de R$ 206,9 milhões.
Leia também
Embora o prejuízo seja 68% inferior a perda de R$ 656,7 milhões de reais um ano antes, o resultado reverte o lucro de R$ 50,8 milhões no primeiro trimestre.
“Os resultados de curto prazo do IRB devem continuar voláteis por conta da restruturação que continua impactando a empresa – custos com carteiras passadas (runoff) e processo de limpeza (reunderwritring). Apesar de uma perspectiva de melhora gradual, essa volatilidade deve continuar a atrapalhar os resultados desse ano”, expõe a Genial Investimentos em relatório. A casa inclusive retirou a recomendação de manter as ações do IRB na carteira.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Segundo Marcos Piellusch, professor de finanças da FIA, a oscilação do preço das ações tem como direcionadores dois aspectos: a redução no valor total de prêmios emitidos e uma expectativa de que a empresa pudesse ter resultado positivo, já que a companhia reportou um resultado líquido positivo no primeiro trimestre. “Acredito que os investidores tenham ficado um pouco decepcionados, o que acabou refletindo na queda do preço”, diz.
Além disso, Piellusch destaca que os fatores externos do mercado também podem refletir essa queda nas ações. “Nessa semana, as ações de maneira geral têm apresentado desvalorização”, comenta. Nesta terça-feira, o Ibovespa encerrou em queda, a 117,9 pontos.
De acordo com a análise da Genial Investimentos, o prejuízo foi muito superior à expectativa do mercado, que projetava um valor próximo de R$ 10 milhões. “O principal impacto no resultado continua vindo das despesas com sinistros que continuam em patamares elevadíssimos, mas também, nesse trimestre, a empresa reportou índices de despesas altas relacionadas a impostos e outros custos”, analisam Eduardo Nishio, head de Research e Finanças da Genial Investimentos, e Bruno Bandiera, analista do setor financeiro da Genial, em relatório.
O índice de sinistralidade total ficou em 95,7%, abaixo dos 135,3% registrados no segundo trimestre do ano passado, mas acima dos 72,1% do primeiro trimestre deste ano, segundo os dados divulgados no balanço.
Publicidade
Além do prejuízo reportado e do aumento das despesas, analistas chamam atenção para a receita fraca da companhia. “Os prêmios emitidos da companhia continuam rodando a patamares fracos, provavelmente perdendo participação de mercado, muito por conta da desaceleração dos prêmios internacionais”, avaliam Nishio e Bandiera.
Os prêmios totais emitidos caíram 15% ao ano, com o Brasil subindo 6,6% ao ano, não o suficiente para compensar a queda acentuada de 33% ao ano nos prêmios no exterior, segundo relatório da Genial.
Apesar dos prejuízos, mudanças regulatórias podem beneficiar o IRB. Entre as publicadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susesp) estão a eliminação da margem de liquidez de 20% do capital de risco, com a empresa podendo definir internamente os mecanismos de gestão e mensuração do risco de liquidez, e a possibilidade de aumento dos ativos aptos dados em garantia para cobertura das provisões técnicas nas operações internacionais. “A empresa não estima nenhum efeito direto em seu resultado econômico, mas uma redução gradual dos custos financeiros”, aponta o relatório da Genial.