Ibovespa acumula alta de pouco mais de 12% em 2025. Foto: AdobeStock
O Ibovespa está perto de superar a máxima histórica de 136 mil pontos e, ainda que boa parte das ações continuem descontadas, há alguns setores acompanhando o rali. Nomes do setor de utilities atingiram na última semana seus preços máximos históricos na Bolsa – mostramos a lista completa dos papéis em all time high aqui.
A dúvida que fica agora é o que fazer com as ações na máxima histórica. Hora de realizar os lucros e desmontar as posições ou ainda há espaço para maiores ganhos?
O BTG Pactual tentou dar essa resposta em um relatório nesta terça-feira (29), analisando o momento de 8 ações que estão entre as recomendações do banco. Copel (CPLE6), Equatorial (EQTL3), Neoenergia (NEOE3) e Sabesp (SBSP3) superaram as máximas históricas, enquanto Alupar (ALUP11), CPFL (CPFE3), Orizon (ORVR3) e Taesa (TAEE11) estão a menos de 3% da marca.
O banco destacou que ainda gosta das top picks e vê com bons olhos a manutenção das posições no setor de utilities, sobretudo em Equatorial, Sabesp e Copel. Ainda assim, disse que hoje não recomendaria a mesma exposição que estava aconselhando a clientes no início do ano.
No documento, Antonio Junqueira, Gisele Gushiken e Maria Resende destacam que há quatro meses o debate do mercado brasileiro estava muito centrado nos problemas domésticos, enquanto a economia real parecia ir bem. Esse “gap” tinha a ver com a irresponsabilidade do governo em relação ao fiscal. À época, dada a perspectiva de juros longos mais altos, o BTG escreveu que “utilities ficaram tão baratas que, se o cenário parar de piorar (do lado fiscal), as oportunidades de ganhar dinheiro serão bastante interessantes.”
Agora, todos os nomes do setor na carteira do banco têm alta de ao menos 27% em 2025, enquanto o TIR (Taxa Interna de Retorno) ainda é “decente”, especialmente nos nomes que pagam dividendos mais leves.
Para frente, o entendimento é de que as ações já precificam que as taxas de juros longas continuarão a cair. Isso significa, segundo o BTG, que o desempenho das ações de energia e saneamento nos próximos 6 meses vai depender diretamente do debate sobre o fim do ciclo de altas na Selic e o início dos cortes. Isso significa que, mesmo que a perspectiva seja positiva, os papéis tendem a ter desempenhos menos expressivos se esta nova etapa do ciclo de confirmar. Por isso, ainda que não esteja realizando o lucro das posições no setor, o banco disse que já não recomenda a mesma exposição de antes.
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“Passamos de um cenário de ‘as taxas de juros de longo prazo são bastante assimétricas, então compre utilities‘ para ‘as ações antecipam que a curva de rendimentos continuará a melhorar’. Ainda gostamos das nossas principais escolhas, mas não estaríamos tão expostos quanto estávamos aconselhando no início deste ano.”