- Após 99 dias congelado, o preço da gasolina será reajustado neste sábado (18), passando a custar R$ 4,06 o litro nas refinarias da estatal, uma aumento de 5,2%. O diesel, há 39 dias sem aumento, passou a custar R$ 5,61 o litro, alta de 14,2%
- A PETR3 fechou o dia com queda de 7,25%, a R$ 29,93, enquanto PETR4 caiu 6,09%, a R$ 27,31. A empresa perdeu cerca de R$ 28 bilhões em valor de mercado durante o pregão de hoje
- Em rede social, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a empresa “pode mergulhar o Brasil num caos”
As ações da Petrobras desabam nesta sexta-feira (17), após o anúncio do reajuste de 5,2% no preço da gasolina e de 14,2% do diesel aos distribuidores e das pressões do governo de Jair Bolsonaro contra o aumento. A PETR3 fechou o dia com queda de 7,25%, a R$ 29,93, enquanto PETR4 caiu 6,09%, a R$ 27,31. A empresa perdeu cerca de R$ 28 bilhões em valor de mercado durante o pregão de hoje.
Em rede social, o presidente afirmou que a empresa “pode mergulhar o Brasil num caos”. Já o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse mais cedo que o governo pode dobrar a taxação dos lucros da estatal para reverter em benefício ao consumidor. A declaração foi dada após a estatal anunciar o aumento nos preços dos combustíveis.
Lira também disse na quinta-feira (16) que a Petrobras “declarou estado de guerra ao povo brasileiro”, que a empresa age como “inimiga do Brasil” e cobrou a renúncia imediata do presidente da estatal, José Mauro Coelho. Já o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, do mesmo partido de Lira, disse que a Petrobras “não é de seus diretores. É do Brasil”.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), saiu em defesa nesta sexta-feira da criação de uma conta de estabilização para atenuar a alta dos combustíveis. “Se a situação dos preços dos combustíveis está saindo do controle, o governo deve aceitar dividir os enormes lucros da Petrobras com a população por meio de uma conta de estabilização de preços em momentos de crise”, publicou o parlamentar no Twitter, que cobrou “medidas rápidas e efetivas” por parte da empresa e da União para a crise.
Em nota, a estatal explicou que busca o equilíbrio de preços com o mercado global e evita trazer a instabilidade do mercado internacional para o País, tanto que manteve o preços da gasolina congelado por 99 dias e do diesel por 39 dias, prática que não é comum a outros fornecedores no Brasil e fora do País.
O preço da gasolina será reajustado neste sábado (18), passando a custar R$ 4,06 o litro nas refinarias da estatal, uma aumento de 5,2%. O diesel passou a custar R$ 5,61 o litro, alta de 14,2%. Os reajustes refletem a disparada dos preços dos derivados no mercado internacional, seguindo a alta do petróleo e refletindo maior demanda e o fechamento de refinarias em meio à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Ainda na mesma nota, a estatal alegou que o mercado de energia passa por um momento desafiador pelo impacto da recuperação econômica e pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que reduziram a oferta e aumentaram a demanda, principalmente por diesel. Em resposta às críticas do governo a estatal explicou também que apesar de impactar os preços a conjuntura tem gerado recursos públicos bilionários, destacando que em 2021 pagou R$ 203 bilhões entre impostos, royalties e participações especiais, e que este ano, até julho, vai desembolsar R$ 32 bilhões para os cofres públicos./COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA ESTADO