O empresário Nelson Tanure (Foto: TASSO MARCELO/ESTADÃO)
As ações da Alliança (AALR3) dispararam na B3 nesta terça-feira (23) após a companhia informar que contratou os serviços de assessoria financeira do BTG Pactual para reorganizar a companhia. A AALR3 fechou em alta de 11,63%, a R$ 4,80. Ainda assim, no acumulado do ano, o papel amarga uma queda acima de 43%.
Em fato relevante, a Alliança informou que o objetivo do negócio com o BTG é “assessorar a companhia e Lormont Participações na avaliação de alternativas para uma potencial operação de reorganização da companhia que poderão incluir, sem limitação, incorporação de ações, incorporação, aumento de capital, capitalização de ativos, venda de parte ou totalidade das ações dos acionistas controladores, constituição de joint venture, ou outras formas de reorganização societária, bem como a prospecção e negociação com potenciais interessados.”
Isso reacendeu no mercado a expectativa de que a companhia sofra mudanças em seu controle societário, incluindo a possibilidade da saída do empresário Nelson Tanure.
No início de dezembro, a companhia chegou a negar qualquer negociação para venda ou entrada de novo sócio na empresa, após ser cobrada pela B3 por esclarecimentos. Na ocasião, circulava a notícia de que Tanure teria contratado o BTG para conduzir as tratativas de venda de sua posição na Alliança. A empresa negou a intenção de venda, mas disse que tinha, sim, conversas com o banco para uma assessoria estratégica – que foi mesmo confirmada nesta terça-feira.
Como mostrou o Estadão, a Alliança está no meio de um imbróglio envolvendo as dívidas do empresário, que acabou de renegociar um débito de R$ 1,2 bilhão, fruto da aquisição da Ligga Telecom. Na ocasião, Tanure colocou R$ 1 bilhão e pegou o restante dos recursos emprestado; um valor que venceu em 10 de dezembro.
O executivo conseguiu renegociar a dívida em até dois anos, com o compromisso de vender ativos. Entre eles, estaria a Alliança Saúde.