Ações da Allos (ALOS3) lideram os ganhos do Ibovespa nesta quinta-feira (13). Foto: Adobe Stock
As ações da Allos (ALOS3) lideram as altas do Ibovespa nesta quinta-feira (13), após a empresa divulgar seu balanço do terceiro trimestre e anunciar projeções de dividendos para 2026. Às 12h51, os papéis saltam 3,77% cotados a R$ 28,11, depois de atingirem máxima a R$ 29,30.
A rede de shoppings teve lucro líquido de R$ 108,9 milhões no terceiro trimestre de 2025, um aumento de 17,4% em relação ao mesmo período de 2024. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 485,5 milhões, avanço de 6,6% na mesma base de comparação anual. A margem Ebitda cresceu 0,9 pontos porcentuais, para 73,2%.
A receita líquida totalizou R$ 663 milhões, uma expansão de 5,2% na relação ano a ano. O resultado foi puxado, principalmente, pela receita de locação de espaços aos lojistas, que chegou a R$ 489,1 milhões, alta de 6,0%, com reajustes dos contratos. A receita de estacionamentos foi a R$ 126,4 milhões, aumento de 10,2%, devido aos reajustes de preços.
Já receita de serviços teve um crescimento de 9,2%, para R$ 86,1 milhões. A Allos destacou que esta linha foi impulsionada pelo avanço dos serviços de mídia da Helloo, que deu início às operações em aeroportos em julho.
O Santander considerou os resultados “mornos”, em linha com as estimativas. “Do ponto de vista operacional, destacamos que a empresa continuou apresentando desempenho inferior ao de seus pares”, afirma o banco, que tem recomendação outperform (equivalente à compra) para ALOS3, com preço-alvo de R$ 33,5.
O crescimento anual do aluguel nas mesmas lojas (SSR) foi de 6,5%, ante 9,3% da Multiplan (MULT3) e 7,1% da Iguatemi (IGTI11). Já as vendas em mesmas lojas (SSS) subiram 2,9%, contra os 4,8% e 5,8% registrados pelas concorrentes. A taxa de inadimplência líquida foi de 0,9% no período, ante dado negativo de 1,9% e 0,3% para Multiplan e Iguatemi, respectivamente.
Dividendos “animadores”
O grande destaque ficou com o novo guidance (projeção) da empresa para 2026. O capex (despesas de capital) deve ficar entre R$ 350 milhões e R$ 450 milhões, com foco em projetos menores e em menor número, enquanto a empresa pretende distribuir dividendos mensais de R$ 0,28 a R$ 0,30 por ação, triplicando o que paga atualmente.
“O guidance de capex está alinhado com nossas estimativas, mas os dividendos projetados superam em muito as expectativas, já que implica um dividend yield (rendimento de dividendo) de cerca de 13% em 2026, frente aos 4,5% que estimávamos”, diz o BTG Pactual, que classificou os dividendos prometidos como “animadores”.
A projeção para proventos também superou em 120% as estimativas do Santander, que viu o guidance como robusto.
O BTG avalia essa notícia de forma positiva, já que a Allos planeja retornar mais capital aos acionistas e tem espaço para manter pagamentos elevados por alguns anos, dado seu nível de alavancagem abaixo da meta. O banco mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 25.
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Além de anunciar projeções para o próximo ano, a Allos também sinalizou que seu conselho de administração aprovou o pagamento de dividendos intercalares no valor de R$ 96 milhões aos seus acionistas, o equivalente a R$ 0,192314691 por ação. O pagamento será feito em 2 de dezembro.
Terão direito a receber os dividendos os acionistas que estiverem na base acionária até o dia 18 de novembro, com as ações passando a ser negociadas “ex-dividendos” (sem direito aos proventos) a partir do dia 19 de novembro. A Allos ainda informou que o valor do dividendo por ação poderá ser ajustado em razão do programa de recompra de ações.