Levantamento considerou apenas as ações com volume financeiro médio diário superior a R$ 1 milhão em 2025(Foto: Adobe Stock)
Desde junho de 2025, a Selic permanece estacionada em 15%, maior nível em quase duas décadas. Em um ambiente de juros dessa magnitude, o Certificado de Depósito Bancário (CDI), que tende a acompanhar os movimentos da Selic, se transforma em uma referência de retorno mínimo exigido pelos investidores para qualquer investimento. Ainda assim, 17 ações da bolsa de valores conseguiram superar com folga a rentabilidade dessa taxa.
Segundo dados da Elos Ayta Consultoria, durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a mediana do CDI ficou em 13,25%. O resultado é mais do que o dobro da mediana do CDI referente ao governo anterior, que ficou em 5,5%. Já considerando o desempenho do CDI entre 2023 e 12 de dezembro de 2025, os ganhos chegam a 42,34%.
“Um ambiente que recolocou a renda fixa no pedestal, e elevou o grau de exigência para quem buscou alternativas na renda variável”, escreveu Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria e colunista do E-Investidor.
Contudo, as companhias brasileiras comprovaram que são capazes de entregar valor aos seus acionistas apesar do cenário de juros altos. Segundo o levantamento, a Aura 360 (AURA33) tem sido grande destaque ao acumular valorização de 884,15% no mesmo período, o melhor desempenho da amostra. Na sequência, o Banco Pine (PINE4) registrou alta de 839,80%, enquanto a Embraer (EMBR3) completou o pódio, com ganho acumulado de 513,29%.
O levantamento, que considerou apenas os papéis com volume financeiro médio diário superior a R$ 1 milhão em 2025, mostrou ainda que apenas a 3tentos (TTEN3), do setor de agricultura, teve um retorno abaixo dos 100%. Ainda assim, a companhia conseguiu um retorno acumulado de 91,03%, mais que o dobro do CDI no mesmo intervalo.
A composição por índices também chama atenção. Cinco das 17 ações compõem a carteira teórica do Ibovespa, principal índice da B3, enquanto cinco integram o IDIV e sete pertencem ao universo de Small Caps.
“Seis empresas não estão presentes em nenhum dos três principais índices da B3, o que evidencia que parte relevante desses desempenhos ocorreu fora do radar mais tradicional do mercado”, destacou Rivero.