Balanço fraco do Banco do Brasil segue ceifando ânimo do mercado sob as ações. (Foto: Adobe Stock)
O Banco do Brasil (BBAS3) terá o pior resultado entre os quatro maiores bancos no segundo trimestre de 2025, prevêem analistas do Safra em relatório enviado aos clientes no domingo (13). O banco estatal, segundo as projeções da equipe, deve apresentar lucro líquido de R$ 4,64 bilhões no ciclo de abril a junho deste ano, uma queda de 51,1% na comparação com o mesmo período de 2024.
O BB tem registrado deterioração progressiva em seus resultados trimestrais. O banco já deixou investidores e analistas do mercado financeiro receosos com a tese no balanço do primeiro trimestre de 2025. Na divulgação do resultado do ciclo de janeiro a março de 2025, a instituição apresentou lucro líquido ajustado de R$ 7,37 bilhões, queda de 20,7% na comparação com o ganho de R$ 9,3 bilhões no mesmo período do ano anterior. Esse balanço do trimestre passado apresentou piora na inadimplência do agronegócio, cujos calotes atingiram 3,04%.
No entanto, no 2T25, a queda de 51% no lucro do Banco do Brasil não terá o agro como o grande vilão. Para o Safra, surgirá uma nova pedra no caminho da empresa. “Projetamos mais um trimestre fraco para o BB. Embora a atenção do mercado esteja atualmente voltada para o segmento rural — para o qual ainda não esperamos nenhuma melhora —, acreditamos que a queda no segundo trimestre possa vir da carteira de crédito corporativo, especialmente de pequenas e médias empresas”, dizem os analistas Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes e Rafael Nobre.
A equipe do Safra espera a rentabilidade do BB, medida pelo retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês), em 10,3% no segundo trimestre de 2025, queda de 11,3 pontos percentuais na comparação com o ROE de 21,6% do segundo trimestre de 2024. Além da forte queda, a cifra revela que a rentabilidade do BB está abaixo do custo de capital de 14,9%, com base no Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
O Safra estima que essa piora na rentabilidade e a queda no lucro vão ocorrer devido à alta na inadimplência acima de 90 dias, que deve subir 1,45 ponto porcentual, para 4,45%. Os calotes tendem a causar disparada de 79,7% das Provisões para Devedores Duvidosos (PDD), que podem chegar ao patamar de R$ 14 bilhões. O Safra estima ainda que os dividendos do Banco do Brasil devem render 6,3% no acumulado de 2025.
A recomendação para o Banco do Brasil (BBAS3) é neutra, com preço-alvo de R$ 25 para o fim de 2025, o que representa um potencial de valorização de 20,88% sobre o fechamento de segunda-feira (14).