Ações do BB despencam mais de 10% e puxam ações do setor bancário para baixo. (Foto: Adobe Stock)
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) abriram a sessão desta sexta-feira (16) com queda forte, repercutindo a decepção do mercado com os números apresentados no 1º trimestre de 2025. O banco reportou um lucro líquido ajustado de R$ 7,37 bilhões no balanço financeiro referente a janeiro, fevereiro e março deste ano; uma queda de 20,7% em comparação ao mesmo período de 2024.
A inadimplência subiu, pressionada pelo agronegócio, e o Banco do Brasil se viu obrigado a colocar as projeções de margem financeira bruta, provisões e lucro líquido para 2025 em revisão. Os investidores não gostaram: logo na abertura do pregão desta sexta, a BBAS3 caía 14%, sua maior desvalorização desde desde novembro de 2008, segundo o Broadcast.
O BTG Pactual classificou o 1T25 do Banco do Brasil como “pior do que o temido“, com destaque negativo para a piora da carteira de crédito do agronegócio e os impactos da implementação da Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) n.º 4.966 – que obriga bancos a antecipar provisões no balanço –, que afetou o BB muito mais do que seus pares.
Em relatório, os analistas do BTG pontuam que as ações do BB tiveram um desempenho acima dos pares após a divulgação do balanço anterior, referente ao 4T24. Depois, vinham com um desempenho abaixo do esperado, algo que parecia “um pouco exagerado” para o banco. Os analistas incluíram o papel na carteira de ações recomendadas no início do ano, na esperança de que o início de 2025 mais fraco já estivesse precificado. “Claramente estávamos errados”, dizem em relatório.”
Com a surpresa negativa no balanço do 1T25, o time do BTG pensou em rebaixar a recomendação de compra das ações que mantém há algum tempo. Mas concluiu que isso não ajudaria os clientes, ao menos, por ora.
“O BB está sendo negociado perto de 5,5 vezes preço sobre lucro, considerando um novo lucro líquido de R$ 30 bilhões para o ano e sentimos que esse ainda é um valuation descontado, que provavelmente se tornará mais atraente amanhã, e ainda mais quando comparado às outras opções disponíveis após a forte alta do Ibovespa no acumulado do ano”, diz o relatório. “Vamos digerir os números, a mensagem da administração e, com sorte, retornar na próxima semana com uma mensagem mais forte sobre o que fazer com a ação.”
Por enquanto, o BTG mantém a recomendação de compra para as ações do Banco do Brasil (BBAS3), com preço-alvo de R$ 34. Trata-se de um potencial de alta de 15,6% em relação ao fechamento da quinta-feira (15), quando, antes da divulgação do balanço, o papel era cotado a R$ 29,4. Às 11h45 desta sexta, no entanto, com queda de 12,11%, a BBAS3 era negociada a R$ 25,84 na Bolsa.