Diferentes bancos e corretoras retiraram as ações do Banco do Brasil (BBAS3) de suas carteiras. Foto: Adobe Stock
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) saíram das carteiras de dividendos de diferentes bancos e corretoras desde que o banco divulgou seus resultados do primeiro trimestre de 2025. Os números decepcionaram o mercado, levantaram alertas sobre a inadimplência da carteira de agronegócio e estimularam revisões nas estimativas de distribuição de proventos da instituição.
Para julho, a Ativa Investimentos e a Planner retiraram as ações do BB dos seus portfólios focados em dividendos. A primeira trocou o ativo pelo papel da Itaúsa (ITSA4). A corretora afirmou que está saindo de Banco do Brasil devido às dúvidas causadas pela implementação da Resolução nº 4.966 do Conselho Monetário Nacional (CMN), que começou a valer neste ano. De forma geral, a medida obriga as instituições financeiras a anteciparem as provisões, dinheiro reservado para cobrir os calotes dos clientes.
Outro fator preocupante, na visão da Ativa, foi o banco ter colocado em revisão o guidance (projeção) de custo do crédito, margem financeira bruta e lucro líquido ajustado para 2025. “A revisão do guidance gera dúvidas sobre a performance do banco ao longo deste ano”, afirma em relatório.
Segundo a corretora, a decisão de colocar a Itaúsa na carteira se justifica pelo histórico consistente de alocação de capital da empresa e pela política de distribuição de dividendos sólida. “A empresa mantém um dividend yield esperado próximo de 8% para 2025, sustentado principalmente pela forte geração de caixa de suas principais investidas”, ressalta.
Já a Planner, que também retirou as ações do Banco do Brasil da carteira de dividendos neste mês, incluiu os papéis do BB Seguridade (BBSE3) no lugar. Recentemente, o conselho de administração da empresa do setor de seguros aprovou o montante de R$ 3,77 bilhões referentes ao resultado do primeiro semestre de 2025. Os valores a serem distribuídos por ação e as datas de pagamento serão informadas após a divulgação do balanço do segundo trimestre, prevista para o dia 4 de agosto. “Estimamos um valor de R$ 1,94 por ação, com retorno esperado de 5,4%”, destaca a corretora.
No último mês, outras casas já haviam cortado o BB de sua carteira de dividendos. Uma delas foi o Santander, que também rebaixou a recomendação de BBAS3 de compra para ‘manutenção’ (equivalente a neutro), com um preço-alvo de R$ 26 para 2025, contra R$ 45 anteriormente. Os analistas do banco dizem ter dúvidas sobre o payout (porcentagem do lucro distribuída na forma de dividendos) de 40% projetado pelo Banco do Brasil.
O BTG Pactual seguiu na mesma linha, assim como a Genial Investimentos, também retirando as ações do BB das carteiras focadas em dividendos. Vale lembrar que, antes dos resultados do primeiro trimestre, os papéis do banco costumavam ficar entre os nomes mais citados pelas casas do mercado para quem desejava receber proventos.
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Agora, dentre dez bancos e corretoras consultados pelo E-Investidor em julho – Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG, Empiricus, Genial, Itaú BBA, Planner, Santander e Terra Investimentos –, apenas a Terra mantém o Banco do Brasil na carteira para dividendos, tendo um preço-alvo de R$ 30 em 12 meses para o papel e um dividend yield (rendimento de dividendos) projetado de 10,99%.