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Banco do Brasil (BBAS3): balanço deve vir fraco, mas previsão de dividendos pode surpreender o investidor; saiba mais

O banco estatal deve apresentar um lucro entre R$ 9,5 e R$ 9,3 bilhões no terceiro trimestre de 2024

Banco do Brasil (BBAS3): balanço deve vir fraco, mas previsão de dividendos pode surpreender o investidor; saiba mais
Desaceleração dos resultados da empresa preocupa o mercado (Foto: Banco do Brasil/Divulgação)
O que este conteúdo fez por você?
  • Agronegócio deve pressionar o balanço do Banco do Brasil no terceiro trimestre do ano
  • Ainda que o resultado será ruim, a maioria dos analistas estão otimistas com a ação; entenda esse paradoxo
  • Veja quanto o Banco do Brasil pode pagar em dividendos ao investidor nos próximos 12 meses

O Banco do Brasil (BBAS3) deve apresentar o pior resultado entre os quatro grandes bancos nesta quarta-feira (13), após o fechamento do mercado. Não porque os números serão totalmente ruins, mas sim devido ao contexto e comparação com o segundo trimestre de 2024 e em relação a alguns pontos do terceiro trimestre de 2023.

De acordo com as estimativas dos especialistas consultados pelo E-Investidor, a estatal deve apresentar um lucro entre R$ 9,5 e R$ 9,3 bilhões no terceiro trimestre de 2024. Ainda assim, os analistas enfrentam um paradoxo em relação ao banco, isso porque eles estimam bons dividendos para os acionistas da companhia.

Para Milton Rabelo, analista da VG Research, o Banco do Brasil deve revelar um resultado mais fraco, devido à deterioração da qualidade do crédito do segmento rural, em que a instituição é líder de mercado. O analista estima um lucro líquido de R$ 9,3 bilhões para o Banco do Brasil no terceiro trimestre de 2024, uma alta de 5,9% na comparação com o lucro líquido do terceiro trimestre do ano passado.

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Por outro lado, o resultado deve significar uma desaceleração em relação ao segundo trimestre de 2024, visto que, na comparação entre os períodos, o banco deve apresentar uma queda de 2,1% na comparação com o lucro de R$ 9,5 bilhões. Já a rentabilidade, medida pelo Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE, na sigla em inglês), deve ficar em 20%, baixa de 1,3 ponto porcentual em relação ao terceiro trimestre de 2023 e recuo de 1,6 ponto porcentual na comparação com o segundo trimestre de 2024.

“O aumento da inadimplência no setor deve causar alta no volume de provisões que, por sua vez, impactarão os resultados do terceiro trimestre de 2024, cujo lucro deve ser pouco inferior ao reportado no segundo trimestre deste ano. Além disso, é razoável esperar uma pressão na rentabilidade, que ainda deve se manter num patamar elevado”, afirma Rabelo.

A equipe da Ágora Investimentos e do Bradesco BBI estima que o Banco do Brasil deve anunciar uma desaceleração na receita de tarifas, enquanto as despesas operacionais podem permanecer sob controle. O lucro líquido, segundo os analistas, pode atingir R$ 9,5 bilhões no terceiro trimestre de 2024, alta de 8,2% na comparação com o terceiro trimestre de 2023 e estável em relação ao segundo trimestre de 2024.

Embora os analistas da Ágora Investimentos e Bradesco BBI estimem que a companhia terá uma piora no cenário da carteira do agronegócio, nem tudo estará perdido para o banco. Os especialistas afirmam que o crescimento da receita líquida de juros pode ser um fator interessante para a empresa.

“A receita líquida de juros deve permanecer sólida, coma maior taxa Selic gerando maiores ganhos comerciais, compensando uma contribuição potencialmente menor do Banco Patagônia e também a piora da carteira de crédito do agronegócio”, argumentam Gustavo Schroden do Bradesco BBI e Jose Cataldo da Ágora Investimentos.

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Régis Chinchila, da Terra Investimentos, estima que o Banco do Brasil deve lucrar R$ 9,4 bilhões no terceiro trimestre de 2024, alta de 8% na comparação anual. Ele observa que o banco sofrerá com a alta da inadimplência do agronegócio e terá o pior resultado entre os quatro. No entanto, o especialista pondera que o segmento não será de todo ruim e ainda pode gerar alguns frutos maduros e saudáveis, trazendo esse crescimento na base anual, o que pode impactar positivamente em quanto o Banco do Brasil deve pagar em dividendos.

Veja as estimativas para os dividendos do Banco do Brasil

Embora o banco estatal pode trazer o pior resultado entre os quatro maiores do País, o Banco do Brasil tende a ser o maior pagador de dividendos entre os quatro bancos nos próximos 12 meses. (Veja nesta reportagem os motivos para isso).  As estimativas da VG Research são que o BB deve pagar cerca de 10% do seu valor de mercado em proventos. Nas projeções da Terra Investimentos, os dividendos de BBSA3 devem ficar em 12% do preço da ação da empresa. A Ágora estima que o Banco do Brasil deve pagar dividendo de 10,6% do seu valor de mercado.

Os analistas da reportagem ressaltam que, embora o banco terá um resultado ruim devido ao agronegócio, a ação está atrativa e muito descontada em relação aos lucros e dividendos que o papel pode entregar. Desse modo, a maioria dos analistas recomendam compra para as ações do Banco Brasil.

A Terra Investimentos tem essa visão, o analista recomenda compra com preço-alvo de R$ 35,00 para os próximos 12 meses, uma alta de 34,56% na comparação com o fechamento de segunda-feira (11), quando a ação encerrou o pregão a R$ 26,01. A VG Research também recomenda compra, o analista possui o maior preço-alvo entre os entrevistados. Ele calcula que a ação do BB pode chegar a R$ 36 nos próximos 12 meses, uma alta de 38,4% na comparação com o fechamento de segunda-feira.

A Ágora Investimentos é a única a ter recomendação neutra para o Banco do Brasil. Os analistas comentam que, mesmo com o dividendo de dois dígitos, o resultado pode não ser tão atrativo, o que pode causar volatilidade nas ações. Os especialistas estimam um preço-alvo de R$ 32 para o fim de 2025, uma possível alta de 23% em relação ao primeiro preghão desta semana.

Para os analistas, o Banco do Brasil (BBAS3) deve pagar bons dividendos para o investidor e pode ser visto como um papel atrativo. No entanto, quem decidir comprar a ação deve ter em mente que o ativo pode sofrer e ter baixa após o resultado devido às baixas expectativas para o balanço devido à inadimplência do agronegócio. Cabe ao investidor saber se vale a pena entrar no paradoxo de uma empresa que tende a pagar um dividendo de dois dígitos com um resultado pressionado pela inadimplência. Vale lembrar que, embora a empresa tenha recomendação de compra, ao olhar para o setor financeiro os analistas ainda preferem a ação do Itaú.

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