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Bolsa de valores: 5 ativos mais rentáveis do primeiro semestre de 2021

Conheça os cinco investimentos que mais deram retorno no 1S2021 na Bolsa de Valores brasileira

Bolsa de valores: 5 ativos mais rentáveis do primeiro semestre de 2021
(Foto: Shutterstock)
  • Há uma boa dose de análise fundamentada por trás dos ativos que oferecem um bom retorno. Conheça os cinco investimentos que mais subiram no primeiro semestre deste ano!

(Carlos Pegurski, especial para o E-Investidor) – Você já deve ter ouvido que investir na bolsa de valores envolve riscos. Isso é verdade, mas não quer dizer que os investimentos funcionam como uma loteria. Há uma boa dose de análise fundamentada por trás dos ativos que oferecem um bom retorno.

São vários os elementos para colocar na balança, desde a governança da empresa e o comportamento dos demais players, até elementos macroeconômicos que podem antecipar oportunidades de investimento. Um bom começo é analisar os casos de sucesso e ver o que pesou na sua performance.

Por isso, vale a pena conhecer os cinco investimentos que mais subiram no primeiro semestre deste ano.

1 – Braskem (BRKM5)

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Empresa petroquímica teve o melhor desempenho no Ibovespa no acumulado de 2021 (Foto: Joa Souza/Shutterstock)

O primeiro lugar é de uma empresa do ramo petroquímico. A Braskem registrou uma alta de 152% nos seis primeiros meses do ano (a maior do Ibovespa). O sucesso nos números vem de fatores internos e externos.

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Os primeiros se referem ao fato de a companhia ter feito a lição de casa: ela apresenta ótimos indicadores de desempenho. No 4T2019, a empresa fechou com um prejuízo de R$ 2,9 bilhões; no mesmo período de 2020, a conta fechou no positivo em R$ 846 milhões. Já no 1T2021, o lucro foi o maior da história: R$ 2,49 bilhões.

Isso só foi possível graças ao spread do setor, que é definido pela diferença entre o preço da extração e refino da matéria-prima e a venda dos produtos. E tudo indica que ele permaneça alto no 2S2021: em 6 de julho, o barril de petróleo alcançou o valor de R$ 76,98 — o mais alto desde 2014, segundo a Macrotrends.

Diante desses fenômenos, as ações foram muito disputadas. E o anúncio de que a Novonor (antiga Odebrecht) e a Petrobras vão vender suas cotas na companhia abriu o apetite dos investidores. Com fatias que representam cerca de 75% da empresa, isso dinamizaria ainda mais o capital da Braskem.

2 – Banco Inter (BIDI11)

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O Inter é o único banco digital na B3 (Foto: Rafapress/Shutterstock)

Quando abriu seu capital na Bolsa brasileira, em 2018, o Banco Inter teve dois picos de extrema valorização e depois suas ações se nivelaram a níveis bastante baixos (menos de R$ 1). Desde então, as ações não pararam de subir. Apenas no 1S2021, elas tiveram uma alta de 144%.

Não se trata de mera especulação: o número de clientes dobrou entre o 1T2020 e o 1T2021. Além de expandir a carteira, o banco tem conseguido vender uma cartela de serviços e fidelizar os usuários das contas correntes e cartões de crédito sem tarifas. Por isso, o movimento é orgânico.

Outro ponto positivo é que a financeira conseguiu um aporte de R$ 5,5 bilhões e ainda pretende abrir seu capital na Nasdaq, a segunda maior bolsa dos Estados Unidos, que reúne empresas com expertise em tecnologia.

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O resultado já é sentido. A previsão de lucro líquido para 2021 é de mais de R$ 76 milhões, segundo a Ágora Investimentos. Para o ano que vem, a margem é estimada em mais de R$ 450 milhões. Por isso, as ações que hoje estão precificadas em R$ 78 podem subir ainda mais.

Deve-se considerar também que os bancos digitais têm entregado um crescimento significativo e, até o momento, o Inter é o único desse setor na B3. As demais fintechs da Bolsa brasileira são especializadas em intermediação de pagamentos e crédito para segmento especializado.

3 – Embraer (EMBR3)

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Empresa brasileira de aviação aposta em pesquisa e desenvolvimento de carros voadores (Foto: Testing/Shutterstock)

Parece inevitável dizer que as ações da Embraer estão decolando: nos primeiros seis meses de 2021, os papéis EMBR3 cresceram 113%.

A recuperação econômica é a principal razão do pico das ações. Conforme a economia aquece, há mais demanda por aviões, cuja produção estava parada desde o início da pandemia. Mas há outras boas notícias que animaram os investidores.

A mais inovadora delas responde por eVTOL, sigla em inglês para os veículos elétricos de decolagem e pouso vertical que a Embraer planeja produzir. Tudo indica que, se depender da companhia, os carros voadores sairão dos filmes de ficção científica, sobretudo se a parceria de R$ 2 bilhões com a empresa Zanite sair do papel.

4 – Hering (HGTX3)

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Hering foi comprada pelo Grupo Soma, alavancando o valor das ações (Foto: Brenda Rocha — Blossom/Shutterstock)

Cem por cento: esse foi o crescimento das ações HGTX3 no primeiro semestre de 2021. E quem acompanhava as ações da empresa até meados de abril, não imaginava que ela se recuperaria de um platô tedioso, próximo de R$ 16.

A razão da alta nos títulos foi a proposta de fusão com a Arezzo (ARZZ3), que também reagiu bem: cresceu 40% no 1S2021. Afinal, tratava-se de uma operação de mais de R$ 3 bilhões.

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Mas não foram só os investidores que prestaram atenção na movimentação das marcas. O Grupo Soma, que reúne etiquetas famosas (Animale, Farm, Fábula, A. Brand, Foxton, Cris Barros, Off Premium, Maria Filó) ofereceu R$ 5,1 bilhões, desbancando a Arezzo.

As ações do Grupo Soma caíram 15% diante do anúncio da compra, caindo de R$ 14 para R$ 12, aproximadamente. Mas o resultado já foi compensado: as ações oscilam atualmente em torno de R$ 16.

As companhias passam a responder por uma parcela importante das vendas mais massivas, além das grifes para o público A e B. Juntos, o Grupo Soma e a Hering devem ter uma receita anual de R$ 2,7 bilhões neste ano.

5 – ESH Theta FIM

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Fundos de investimento multimercado permitem diversificar o destino do aporte, dando solidez e permitindo explorar mais oportunidades (Foto: Olivier Le Moal/Shutterstock)

Se até agora você estava ponderando como é difícil acertar nas ações que vão despontar, é hora de falar de fundos de investimentos. E a valorização de 91,2% do fundo ESH Theta FIM (a sigla FIM se refere a fundo de investimento multimercado) está aí para ilustrar que esse tipo de ativo merece atenção.

Os fundos de investimento permitem que especialistas no mercado financeiro montem uma cesta de ativos. E há vários tipos de fundo. Os imobiliários, por exemplo, reúnem ações, letras de crédito e outros títulos relativos a essa área do mercado. Mas por que não diversificar o aporte, reduzindo perdas e permitindo explorar o melhor das tendências de alta?

Essa é a ideia dos fundos multimercado. Foi assim que o ESH Theta FIM conseguiu um índice tão expressivo, obrigando seus consultores a se explicar, no bom sentido, com os investidores. Afinal, trata-se de um fator de crescimento muito acima do comum.

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São diversos os fatores que permitiram o resultado, mas o principal deles é a incorporação da Smiles pela GOL. Assim, as ações SMLS3 foram liquidadas pela empresa aérea, cujas ações GOLL4 são precificadas em termos mais vantajosos, ainda que em queda.

Por isso, ao investir na Bolsa, vale a pena conhecer o menu disponível, além das ações tradicionais.

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