Bolsa terá desempenho ainda melhor com queda de juros nos EUA e, em 2026, no Brasil, diz CEO da B3
Ao E-Investidor, executivo disse que decisão do Copom foi técnica e aguarda novos dados da economia para que ela possa vir menos dura nas próximas reuniões
Gilson Finkelsztain é CEO da B3, empresa que gere a Bolsa de Valores (Foto: AGF/Divulgação)
O CEO da B3 (B3SA3), Gilson Finkelsztain, disse, em entrevista ao E-Investidor, que a queda de juros nos Estados Unidos combinada com a redução da Selic no Brasil em 2026 deve fazer a Bolsa de Valores ter um desempenho ainda melhor. Finkelsztain falou sobre o tema nesta quinta-feira (18), durante os bastidores do AGF Day 2025, evento da plataforma AGF.
Ontem, o Copom manteve a taxa básica de juros da economia em 15% e entregou um comunicado com tom duro, na avaliação do mercado, ao afirmar que não descarta até uma possível alta da Selic se for necessário para controlar a inflação. Para o CEO da B3, essa decisão foi técnica e respaldada nos dados recentes da economia.
“A autoridade monetária está sendo técnica e aguardando novos dados da economia para que ela possa vir menos dura nas próximas reuniões. Neste momento, estamos com indicadores de que a taxa de juros deve cair ao longo do próximo ano”, afirmou Finkelsztain ao E-Investidor.
Já o Banco Central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), reduziu a taxa de juros em 0,25 ponto porcentual. O presidente do BC americano, Jerome Powell, sinalizou ainda outros cortes ao longo deste ano. Na visão do CEO da B3, a combinação do corte de juros dos Estados Unidos com a redução da Selic a partir do fim do ano deve impulsionar ainda mais o mercado acionário brasileiro.
“Quando os Estados Unidos sinalizam queda de taxa de juros, a estatística mostra que é positivo para ativos emergentes, como a Bolsa brasileira. No entanto, é de se esperar um desempenho ainda melhor dos mercados devido à combinação do Fed caindo juros e o Brasil reduzindo taxas no próximo ano”, explicou Finkelsztain.
Ibovespa pode subir mais após novos recordes?
Ontem, o Ibovespa fechou em alta de 1,06% aos 145.593,63 pontos, novo recorde de fechamento. Segundo ele, o recorde da Bolsa mostra que o mercado acionário brasileiro tem um papel muito grande a ser desempenhado, em que os múltiplos locais são apenas a metade dos múltiplos da Índia.
“A grande diferença é que a Índia cresce mais e tem taxas de juros menores que a brasileira. Ou seja, se levarmos os juros reais para patamares baixos com números fiscais mais críveis, a Bolsa tem um potencial imenso de alta”, argumentou Finkelsztain ao E-Investidor.
Mesmo com perspectiva otimista para o próximo ano, com a Bolsa podendo superar os recordes atuais, o executivo afirmou que o investidor pode encontrar muita volatilidade em um período eleitoral. Por isso, mesmo com todo o entusiasmo que o mercado acionário pode apresentar, o melhor é ter cautela e investir na Bolsa de Valores com prudência.