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- De acordo com a Cielo, Bassols ainda precisa ser formalmente eleito pelo conselho de administração, que o indicou para o cargo
- No início de agosto, ao anunciar que Gustavo Sousa deixaria a companhia, a Cielo informou que seu próximo ciclo terá a transformação digital
- Bassols chegará à companhia sem ter de lidar com o que mais pesou sobre os números nos últimos cinco anos: a guerra das maquininhas
Por Matheus Piovesana – Ao chegar à Cielo (CIEL3), Estanislau Bassols “troca de lado” no mercado de pagamentos. O executivo comandava a bandeira de cartões Mastercard no Brasil desde 2021 e, na Cielo, terá a missão de conduzir uma nova fase na maior das adquirentes brasileiras após a resolução da equação entre participação de mercado e rentabilidade.
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Nesta quarta-feira (24), as ações da Cielo fecharam em alta de 4,9%, cotadas a R$ 5,79. O Ibovespa fechou o dia em leve alta de 0,04%, aos 112.897,84 pontos.
De acordo com a Cielo, Bassols ainda precisa ser formalmente eleito pelo Conselho de Administração, que o indicou para o cargo. A seleção que o levou ao comando da empresa vinha acontecendo há alguns meses, dado que o ex-CEO, Gustavo Sousa, tinha mandato interino desde o ano passado, quando substituiu Paulo Caffarelli.
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O Broadcast apurou que o processo foi conduzido pela consultoria Korn Ferry, que chegou a três nomes do setor financeiro, submetidos ao Bradesco e ao Banco do Brasil, controladores da companhia. Os nomes foram enviados pelos bancos ao conselho da Cielo, que ficaria encarregado da escolha do novo CEO e da negociação do pacote financeiro.
Segundo a Cielo, Bassols vai conduzir o desligamento da Mastercard até o próximo dia 31. Ele será efetivamente empossado após o Banco Central, que regula a atuação da companhia, aprovar seu nome. Até lá, Renata Daltro, que vinha ocupando o posto de forma temporária, seguirá respondendo pela companhia.
Novo ciclo
No início de agosto, ao anunciar que Gustavo Sousa deixaria a companhia, a Cielo informou que seu próximo ciclo terá a transformação digital e a expansão das linhas de negócio como ênfase. Ou seja: Bassols chegará à companhia com a missão de conduzir este processo.
À frente da Mastercard, o executivo vinha conduzindo uma agenda semelhante. O grande foco eram as ferramentas de segurança, cada vez mais importantes em um setor em que muitos pagamentos passaram a ser feitos a distância. “Vemos a digitalização da economia num movimento crescente e, ao mesmo tempo, a internet das coisas e o 5G, com uma latência extremamente baixa”, disse ele ao Broadcast em dezembro passado. “Quando se junta tudo isso, muda-se a visão de segurança.”
Então, à frente de uma bandeira de cartões, Bassols via o Pix, que muitos agentes entendem como uma ameaça ao setor, como um aliado. “O Pix canibaliza o dinheiro e aumenta as operações digitais. Do ponto de vista do sistema, é algo extremamente positivo”, disse ele.
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Em um mercado com empresas que tentaram diversificar a atuação em várias direções, a Cielo reduziu o escopo de atuação ao vender uma série de ativos que considerava não-core (não-principal). À frente, tem sinalizado que entrará na distribuição de produtos bancários de terceiros.
Bassols chegará à companhia sem ter de lidar com o que mais pesou sobre os números nos últimos cinco anos: a guerra das maquininhas. Além de os preços estarem em alta, a Cielo voltou a ganhar mercado após vários trimestres, em um momento em que o ciclo do mercado de adquirência virou a favor das empresas tradicionais.