- A Bolsa brasileira é composta por mais de 4 milhões de investidores, e uma parte busca ações focando no longo prazo
- A expectativa do mercado é encontrar oportunidades que gerem bons retornos ao longo dos anos
- A companhia Schulz subiu 33,44% nos últimos 20 anos; a Unipar valorizou 28,50% no mesmo período
A Bolsa de Valores brasileira é composta por mais de 4 milhões de investidores, e uma parte busca ações focando no longo prazo. A expectativa do mercado é encontrar oportunidades que gerem bons retornos ao longo dos anos. Como a companhia Schulz, que subiu 33,44% nos últimos 20 anos, ou a Unipar, que valorizou 28,50% no mesmo período.
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No entanto, um dos principais lemas do mercado de investimentos é que o desempenho antigo de um papel não significa que no futuro ainda será uma oportunidade interessante. Pedro Queiroz, assessor de investimentos da SVN, afirma que apesar dos investidores conseguirem ter um histórico de como as companhias performaram desde 2002, não é garantido que o movimento siga semelhante nos próximos 20 anos.
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“O que acontecerá com as ações depende não só dos projetos das companhias, mas de eventos macroeconômicos [inesperados]”, diz.
Marco Monteiro, CNPI da CM Capital, por sua vez, diz que não adianta comprar ações só porque companhias se valorizaram. É preciso saber o provável potencial de crescimento da empresa e qual o potencial de saúde financeira do negócio para passar por possíveis crises”. Para tal, o investidor deve acompanhar tanto o balanço financeiro das empresas quanto os fatos relevantes dos últimos tempos.
Um levantamento realizado pelo Economatica, a pedido do E-Investidor, apontou que o setor de papel e celulose teve o melhor desempenho na temporada de balanços do terceiro trimestre de 2022, que encerrou na segunda-feira (14). O lucro no comparativo com o segundo trimestre subiu 765%, enquanto o mercado de energia elétrica, por exemplo, caiu 218%.
Para ter acesso ao desempenho recente das empresas, basta entrar também no site de relações com investidores (RI) das companhias e ver o histórico do papel.
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Heitor Martins, especialista em Renda Variável na Nexgen Capital, também diz ser importante o acionista ver como uma empresa se posicionou frente aos concorrentes, se existe a possibilidade de aumentar o mercado endereçável (tamanho do mercado que a companhia consegue atuar) e quais as saídas para aumentar a receita e gerar mais dividendos.
“Outro ponto importante está na questão de consumo [tanto no Brasil como no exterior]: quanto maior o poder de compra da população, melhor ficam os números das companhias”, afirma o especialista.
Felipe Cima, operador de renda variável da Manchester Investimentos, declarou ainda que devido o País estar em um ciclo de juros altos, o investidor precisa fugir de empresas alavancadas (quando conta com capital de terceiros para melhorar a estrutura de capital).
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic a 13,75% na última reunião, em 25 e 26 de outubro, mas esse patamar ainda é o maior desde outubro de 2016 (14%). Cima sugere então como bons investimentos em companhias dolarizadas, “desalavancadas” (consigam crescer com recursos próprios) e boas pagadoras de dividendos.
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Relembre quais foram as companhias que mais se destacaram, seja positiva ou negativamente, desde 2002: