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O Grupo CPFL Energia (CPFE3) apresentou ao mercado, nesta quarta-feira (26), o seu balanço corporativo referente ao último trimestre de 2024 . A empresa registrou um lucro líquido consolidado de R$ 1,574 bilhão, o que representou uma alta de 18,7% em comparação ao mesmo período de 2023. A receita operacional líquida também subiu 13,3% em um ano ao alcançar um volume de R$ 11,946 bilhões no acumulado dos meses de outubro a dezembro de 2024.
A companhia aproveitou o momento para anunciar o pagamento de dividendos no valor de R$ 2,794 por ação. Apesar dos números, aparentemente atrativos, e da perspectiva de novos rendimentos aos acionistas, o resultado não parece não ter agrado o mercado. Por volta das 14h (horário de Brasília) desta quinta-feira (27), as ações da CPFL apresentava uma desvalorização de 1,01%, cotadas a R$ 35,30.
O fraco desempenho do papel na bolsa pode estar associado à queda do Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, na sigla em inglês) na comparação anual. “A CPFL reportou um EBITDA com vários itens não recorrentes e não caixa. Ao ajustar o número reportado e excluir a contribuição da equivalência patrimonial, constatamos que a empresa alcançou um EBITDA ajustado de R$ 2,958 milhões, em linha com nossa estimativa, mas com uma queda de 11,5% na comparação anual”, disseram os analistas do Itaú BBA que avaliaram os números do balanço como neutros.
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A redução forçada de geração de energia impostas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para energia renovável também ajudaram a poluir os números do balanço. A restrição, segundo a empresa, foi responsável por uma queda de 15,4% no volume de energia gerada, o que representa um impacto de R$ 272 milhões no Ebitda de 2024.
Mesmo com esses imprevistos, os analistas enxergam as ações da companhia de energia como uma boa oportunidade de investimento. O Itaú BBA, por exemplo, recomenda a compra do papel. A posição se deve ao nível de alavancagem da empresa, considerado pelo banco como confortável, e ao anúncio do pagamento de dividendos, classificado como sólido, que resulta em um dividend yield em torno de 8%.
A Monte Bravo também possui uma visão construtiva sobre as ações e estima um preço-alvo de R$ 40, o que representa um upside de 12% em comparação a cotação do pregão de quarta. A análise se baseia nos investimentos realizados na rede própria e na renovação das concessões da empresa devido ao bom desempenho técnico das suas operações.
Já o BTG Pactual avalia que a CPFL está sendo negociada com uma taxa interna de retorno (TIR) de 8%, inferior à média do setor de energia que é de 10,3%. Por essa razão, o banco mantém uma recomendação neutra para o papel com um preço-alvo de R$ 38. “A empresa negocia com um prêmio porque tem sido uma pagadora consistente de dividendos desde 2021. Esperamos que os pagamentos sólidos de dividendos continuem nos próximos anos, reforçando a estabilidade e a força de sua tese de investimento”, ressaltaram os analistas do BTG em relatório.
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No acumulado de fevereiro, as ações da CPFL Energia acumulam uma valorização de 2,71%, enquanto em 2025 a alta chega a 11,70%.