Fiagros com CRAs da AgroGalaxy são impactados por inadimplência (Foto: Envato Elements)(Foto: Adobe Stock)
A AgroGalaxy (AGXY3), empresa de insumos agrícolas, ajuizou um pedido de recuperação judicial na última quarta-feira (18). A medida, feita em caráter de urgência e sigilo de Justiça, ocorre após a empresa deixar de pagar, no início da semana, uma parcela dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) em que é parte devedora. A inadimplência, seguida da RJ, impactou pelo menos nove fundos de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais (Fiagros), que tinham esses CRAs na carteira.
O Fiagro mais exposto a esses recebíveis é o Kijani Asatala Fiagro (KJNT11), cujo percentual da carteira atrelado a esses ativos é de 8,24%, segundo comunicado ao mercado divulgado pela aplicação. O segundo mais impactado é o JGP Crédito Fiagro Imobiliário (JGPX11), que possui 8% do patrimônio líquido (PL) aplicado em CRAs da AgroGalaxy. Já em terceiro lugar, está o XP Crédito Agrícola (XPCA11), com 7,95% de exposição.
Em função da inadimplência, as cotas dessas aplicações do agronegócio despencaram até 12% durante a semana (13 a 19 de setembro). Abaixo, veja os Fiagros impactados e a desvalorização no período. O levantamento foi feito pelo Clube FII, por meio da ferramenta CR Data, e Elos Ayta, com apoio dos relatórios emitidos pelos fundos afetados.
Para Odilon Costa, estrategista de renda fixa e crédito privado do Grupo SWM, o caso da AgroGalaxy, assim como os demais calotes recentes em Fiagros, acende um alerta em relação à concentração desses fundos.
“A AgroGalaxy era um nome que já estava no radar de todo mundo, mas existiam casas que tinham uma exposição de mais de 5% das suas carteiras num papel como esse”, afirma. “Então, eu acho que o que tivemos foram erros, com alguns Fiagros bastante concentrados em poucos ativos.”