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Dólar a R$ 5,55 marca recorde que não se via desde o início da pandemia

Cotação PTAX saiu de R$ 4,85 para R$ 5,55, a maior alta para um semestre desde o início da pandemia da covid-19

Dólar a R$ 5,55 marca recorde que não se via desde o início da pandemia
Dólar (Foto: Adobe Stock)
  • Quem viu a moeda americana iniciar o ano de 2024 cotada a R$ 4,85 se surpreende a ver um valor R$ 0,70 maior em seis meses
  • A taxa PTAX, que reflete a média das operações realizadas no mercado interbancário de câmbio, encerrou esta sexta-feira (28) a R$ 5,5589
  • Trata-se de uma valorização de 14,82%, a maior alta semestral desde o 1º semestre de 2020, mostram dados levantados por Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria

A cotação do dólar disparou. Quem viu a moeda americana iniciar o ano de 2024 cotada a R$ 4,85 se surpreende a ver um valor R$ 0,70 maior em seis meses. A taxa PTAX, que reflete a média das operações realizadas no mercado interbancário de câmbio, encerrou esta sexta-feira (28) a R$ 5,5589.

Trata-se de uma valorização de 14,82% do dólar frente ao real nos seis primeiros meses de 2024, mostram dados levatados por Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria. É a maior alta semestral desde o 1º semestre de 2020, quando a eclosão da pandemia da covid-19 fez o câmbio saltar mais de 35%.

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Ao longo deste último pregão do semestre, o dólar chegou a ser negociado a R$ 5,58, o maior patamar desde dezembro de 2021. Como mostramos aqui, vários fatores têm influenciado o sobe e desce do valor da moeda americana nos últimos dias. Lá fora, estão no radar do mercado financeiro os dados de inflação nos Estados Unidos e a expectativa sobre o futuro da taxa de juros por lá. No Brasil, a semana foi impactada por declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que inclusive chegou a dizer que o dólar estava passando por "ataques especulativos".

O atual nível do câmbio não é comum. Até o dia 12 de junho, a moeda americana só havia encerrado um pregão acima de R$ 5,40 em uma única ocasião nos últimos 12 meses. Em 3 anos, em apenas 99 pregões; cerca de 9% do tempo total. Já em uma janela de 5 anos, o dólar superou os R$ 5,40 em 237 dias – cerca de 13% das sessões.

O que esperar do câmbio no restante de 2024?

As projeções do mercado para o câmbio ao final de 2024 começaram a ser revisadas. Em janeiro, a expectativa era de que o dólar fechasse o ano na casa dos R$ 5, mas a tese tem cada vez menos respaldo no mercado. A última edição do Boletim Focus trouxe uma expectativa de R$ 5,13.

O Itaú BBA, por exemplo, elevou nas últimas semanas a sua projeção para o dólar para R$ 5,15 em dezembro. “A nossa expectativa de um dólar forte para frente somada ao ambiente doméstico desafiador nos fez revisar recentemente [a previsão] para R$ 5,15 por dólar (antes R$ 5,00) em 2024 e R$ 5,25 por dólar (de R$ 5,20) em 2025 e a Selic terminal para 10,25 (de 9,75)”, menciona relatório.

E o banco não foi o único. A valorização obrigou alguns analistas a revisarem as suas projeções do câmbio para o fim de 2024. Nesta outra reportagem, mostramos o que as corretoras de investimento esperam do futuro do câmbio.

A Ativa Investimentos tinha até abril uma projeção de R$ 5,10 para o dólar em dezembro. Agora, a casa vê a moeda americana encerrar o ano a R$ 5,30. O C6 Bank tem a mesma projeção. Alguns analistas ainda não reajustaram as projeções, mas pretendem fazê-lo. A Ágora Investimentos, que tinha como cenário-base um dólar a R$ 5,10 ao final de 2024, já sinalizou que vai revisar o valor.

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Quer saber como a disparada do dólar afeta a sua vida? Contamos com detalhes aqui.

Para Alexandre Viotto, head de banking e câmbio da EQI Investimentos, o patamar deve estar acima disso. “Bater R$ 5,50 é muito mais fácil do que voltar para R$ 4,80, e a moeda deve chegar a esse patamar no curto prazo”, diz.

Como a disparada do dólar afeta sua vida

O dólar afeta diretamente o preço dos produtos importados que o brasileiro compra no varejo no Brasil. Mas, além deles, o câmbio pode estar embutido em itens fabricados aqui. Insumos importados são comumente utilizados na indústria nacional, a exemplo dos fertilizantes no setor agrícola e de peças para montadoras de veículos.

“O dólar é a moeda mais forte do mundo e é por meio dela que são negociada as principais commodities e os principais produtos do nosso dia a dia. Ou seja, uma alta do dólar faz com que a gente tenha produtos mais caros, que haja inflação”, comentou Victor Furtado Pinheiro, head de Alocação da W1 Capital.

A alta do dólar também pode afeta a política monetária. Em um momento de alta da moeda americana, a economia brasileira perde apelo para os investidores internacionais, disparando, assim, pressão inflacionária. Uma medida do Banco Central para segurar a inflação e atrair investidores é manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, em patamar alto. Tal movimento busca reduzir a escalada de preços ao frear o consumo e atrair investidores com a oferta de retornos mais atraentes nos títulos públicos brasileiros.

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*Com informações do Broadcast

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