O dólar hoje abre em alta, nesta terça-feira (21), após quatro quedas seguidas e por ajustes à valorização da divisa americana frente pares desenvolvidos e moedas emergentes nesta manhã. O mercado monitora sinais de conversas comerciais entre EUA e China e possivelmente com o Brasil também durante a cúpula do bloco econômico do Sudeste Asiático (Asean).
Por volta das 9h, o dólar subia 0,17%, a R$ 5,384. A provável decisão do Federal Reserve (Fed) de cortar os juros em 0,25 ponto porcentual na próxima semana também foi precificada e deve continuar ecoando, aliviando possível impulso da divisa americana.
A comitiva brasileira liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Ásia conta com a presença de mais de 100 empresários e uma possível reunião entre Lula e Donald Trump poderá ocorrer na tarde do dia 26 de outubro, às margens da cúpula da Asean. Além disso, o governo brasileiro quer com essa viagem levar as relações entre o Brasil e os países da Asean a um novo patamar. “A intenção é consolidar a presença brasileira no Sudeste Asiático e reafirmar o nosso compromisso em ampliar o diálogo e a cooperação com a Asean e com seus Estados”, segundo o ministério das Relações Exteriores.
Fiscal também deve pesar sobre o dólar hoje
O cenário fiscal interno traz notícias mistas e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse há pouco que a Casa Civil e a Fazenda estão reunidas hoje para fechar o orçamento. O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, afirmou que o programa de reformas habitacionais do governo têm um “subsídio implícito”, pois os R$ 30 bilhões do Fundo Social serão devolvidos com remuneração abaixo da Selic.
Por outro lado, a Consultoria de Orçamento do Senado reduziu para R$ 12,3 bilhões a projeção de déficit em três anos com a isenção do IR aprovada na Câmara. As perdas são estimadas em R$ 4,45 bilhões em 2026, R$ 3,05 bilhões em 2027 e R$ 4,82 bilhões em 2028. O Ministério da Fazenda afirma que o texto é fiscalmente neutro, considerando a antecipação de dividendos. A proposta, relatada por Renan Calheiros no Senado e Arthur Lira na Câmara, isenta rendas até R$ 5 mil e amplia descontos até R$ 7.350.
O relatório é visto como moderadamente positivo pelo mercado, mas divergências políticas podem atrasar a votação. Amcham Brasil, Abrasca e Abdib criticam a alíquota de 10% sobre dividendos a empresas estrangeiras, que, segundo investidores, eleva risco de bitributação e pode pressionar juros e câmbio.
No exterior, o dólar ganha força diante de menores preocupações com a relação comercial entre EUA e China e as condições de crédito nos EUA. A moeda americana se fortalece principalmente em relação ao iene, após a ultraconservadora Sanae Takaichi ser eleita pelo Parlamento do Japão a primeira mulher a ocupar o cargo de primeiro-ministro na história do país.
Ontem, o dólar fechou cotado a R$ 5,3708 no mercado à vista, menor valor em dez dias. Para mais informações sobre o dólar hoje, clique aqui.