O dólar hoje fechou em alta de 0,32%, cotado a R$ 5,3381, nesta segunda-feira (22) com o mercado à espera da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Além disso, nesta semana, investidores devem acompanhar dados da inflação via Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). No exterior, as atenções estão voltadas para a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos do segundo trimestre.
No âmbito doméstico, a agenda de indicadores ganha corpo a partir de amanhã, quando será divulgada a ata do Copom. O documento deve detalhar os argumentos que levaram o Banco Central a manter a Selic em 15% ao ano e sua postura conservadora diante das incertezas fiscais e do ambiente internacional. Na quinta-feira (25), o foco se volta para o IPCA-15 de setembro, prévia da inflação oficial, e para o Relatório de Política Monetária (RPM).
Hoje, o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, mostrou que a expectativa do mercado para o fechamento do dólar em 2025 se manteve em R$ 5,50. Para a inflação medida pelo IPCA, a mediana também continuou em 4,83% ao final deste ano, e a taxa de juros, Selic, em 15%.
O ambiente político em Brasília também deve influenciar a percepção de risco. O Congresso pode votar nesta semana o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, além da MP do tarifaço e da segunda parte da regulamentação da reforma tributária. No fim de semana, manifestações em mais de 30 cidades contra a PEC da Blindagem e a proposta de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro reforçaram o desgaste político dessas medidas.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva articula com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para barrar os textos, em uma semana em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, optou por permanecer em Brasília para acompanhar de perto as negociações.
Investidores digeriram novas sanções dos Estados Unidos sob a Lei Magnitsky, publicadas nesta segunda-feira (22) pelo Departamento do Tesouro dos EUA contra Viviane Barci de Moraes (esposa do ministro Alexandre de Moraes) e o Instituto Lex, ligado ao ministro do STF.
A Lei, criada para punir violações de direitos humanos e corrupção, congela ativos sob jurisdição americana e proíbe transações de empresas e cidadãos dos EUA com os nomes listados. A sansão afetou os papéis do bancos da Bolsa, como Itaú e Santander, que fecharam em queda.
Exterior também causou impactos para o dólar hoje
No exterior, as atenções estão voltadas para a divulgação do PIB dos Estados Unidos do segundo trimestre, na quinta-feira, e para o índice de preços de gastos com consumo (PCE) de agosto, na sexta-feira (26). O dado é considerado a principal medida de inflação observada pelo Federal Reserve (Fed) e deve ser determinante para a velocidade do ciclo de cortes de juros. Até lá, dirigentes do Fed, do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE) discursam e podem afetar as expectativas.
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Também no radar internacional está o início da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. O presidente Lula fará o discurso de abertura na terça-feira e poderá se encontrar com o presidente americano, Donald Trump, no primeiro contato direto desde a crise desencadeada pelo tarifaço. Além disso, investidores monitoram a evolução das negociações entre EUA e China sobre o futuro do TikTok, que, segundo Trump, estariam “caminhando bem” e próximas de um anúncio oficial.
O dólar encerrou a sessão da última sexta-feira em ligeira queda de 0,03%, a R$ 5,3209. Na semana, a moeda ante o real recuou 0,62%, o que levou a desvalorização em setembro para 1,86%. No ano, as perdas são de 13,90%. O dólar futuro para outubro, por sua vez, fechou em R$ 5,3470, alta de 0,51%. Para mais informações sobre o dólar hoje, clique aqui.