O dólar hoje opera em leve queda, nesta segunda-feira (6), em dia de agenda esvaziada no Brasil e nos Estados Unidos. Por causa disso, o foco dos investidores fica para os desdobramentos que devem ocorrer ao longo da semana, como a ata do Federal Reserve (Fed) e dados da inflação brasileira.
Por volta das 9h20, o dólar recuava 0,06%, a R$ 5,331. O comportamento do dólar ante o real nesta semana segue sensível a sinais políticos e fiscais no Brasil, além das incertezas relacionadas à política monetária norte-americana em meio ao sexto dia do shutdown nos Estados Unidos, que impede a divulgação de indicadores oficiais. Isso aumenta a incerteza e desloca a atenção à ata do Fed, na quarta-feira, e a falas de dirigentes, incluindo o seu presidente Jerome Powell, na quinta.
Há também queda simultânea de euro e libra em relação ao dólar após o primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, renunciar ao cargo. Já o iene tem forte queda ante o dólar, após o partido governante do Japão, o Liberal Democrata (LDP, em inglês), eleger Sanae Takaichi, vista como pró-estímulo fiscal, para liderar o partido e possivelmente assumir como premiê. No geral, o índice dólar (DXY) avança 0,6%, a 98,31 pontos.
Inflação de setembro e votação do IR podem ditar cotação do dólar
Na agenda interna, o IPCA de setembro é o destaque da semana (quinta, 9h), junto com a balança comercial (hoje, 15h) e o boletim Focus. No Focus, a mediana para a inflação suavizada nos próximos 12 meses passou de 4,28% para 4,21%. Um mês antes, era de 4,45%.
As atenções ficam ainda sobre a votação no Senado da ampliação da faixa de isenção do IR, aprovada na Câmara. Os investidores seguem atentos a rumores de novas medidas de gastos. Além disso, a Comissão Mista que analisa a MP 1303/25, sobre alternativas à alta do IOF, precisa votar até quarta, quando a MP perde validade.
Na última sexta-feira, 3, a moeda americana fechou em leve queda no mercado à vista, a R$ 5,3366 (-0,05%), acumulando alta marginal na semana (+0,03%) e recuo expressivo no ano (-13,65%). O intradia do dólar refletiu fluxos pontuais e especulações políticas, com sinal de apoio de Jair Bolsonaro à candidatura de Tarcísio de Freitas em 2026, caso a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro componha a chapa como candidata à vice. No entanto, dias depois, Bolsonaro afirmou que Michelle será candidata ao Senado.
Ao mesmo tempo, há rumores de que Tarcísio teria recuado sobre a disposição de concorrer ao Planalto, o que reacendeu o ânimo de outros governadores, como Ratinho Júnior (PR), Ronaldo Caiado (GO) e Romeu Zema (MG). É corrente entre analistas a avaliação de que parte relevante do mercado opera na expectativa de uma guinada da política econômica em direção à austeridade fiscal em 2027, com a eventual ascensão de um quadro da direita ao Planalto. Para mais informações sobre o dólar hoje, clique aqui.