Veja o desempenho do dólar hoje. Foto: Adobe Stock
O dólar hoje avança após temores do mercado de uma não realização de corte de juros pelo banco central americano, o Federal Reserve (Fed). No cenário local, o mercado também monitora nesta sexta-feira (14) as questões fiscais em meio à isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil.
Por volta das 11h30, o dólar alternava entre altas e baixas, a R$ 5,2969, próximo à estabilidade em relação ao fechamento de ontem.
A moeda brasileira sofre pressão em um dia difícil para os ativos de risco no mercado internacional. Para Rafael Passos, sócio da Ajax Asset, a piora do humor externo advém da menor chance de corte de juros pelo Federal Reserve em dezembro.
Esse temor decorre da incerteza sobre a divulgação de dados econômicos dos EUA após o fim da paralisação (shutdown) do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A suspensão prolongada de indicadores americanos limita a leitura sobre a economia, o rumo da política monetária nos EUA e reforça a demanda por dólar, pressionando moedas emergentes.
A falta de dados faz as falas dos dirigentes do Fed ganharem cada vez mais relevância. Nos EUA, estão programados eventos com Jeffrey Schmid, de Kansas City, às 12h05; Lorie Logan, de Dallas, às 16h30; e de Raphael Bostic, de Atlanta, às 17h.
Cenário fiscal pesa sobre o dólar hoje
Internamente, no mercado brasileiro, investidores seguem atentos às notícias sobre a pauta fiscal do País. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) informou a parlamentares que deve vetar trecho da medida provisória do setor elétrico com impacto estimado em R$ 7 bilhões, segundo a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace Energia), com empresas como Vale (VALE3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) entre seus associados..
Há preocupação com o custo fiscal da ampliação da isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil, compensado por taxação de dividendos acima de R$ 50 mil ao ano e pelo Imposto de Renda Pessoa Física Mínimo para rendas acima de R$ 600 mil, além de críticas à dupla tributação e ao desenho da faixa de transição.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a negar que a política fiscal explica a Selic em 15% e disse esperar reconhecimento do Banco Central brasileiro ao “esforço fiscal relevante”. O Santander (SANB11) elevou a previsão de déficit em conta corrente 2025 em 0,3 ponto porcentual, para 3,4%, enquanto para 2026 a projeção segue em 2,9%.
Na frente comercial, o chanceler Mauro Vieira afirmou que Marco Rubio responderá na próxima semana sobre a proposta de pausa temporária em tarifas de até 50% dos EUA contra o Brasil.
Impactos da agenda econômica desta sexta-feira (14)
Na agenda do dia, o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 0,18% em novembro, após avançar 0,08% em outubro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado veio praticamente em linha com a projeção do mercado, de 0,17%. No acumulado do ano, o índice registra queda de 0,80% e, em 12 meses, alta de 0,34%.
Ficam no radar ainda a Reunião Trimestral do Banco Central com economistas em São Paulo e, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), o lançamento do quarto leilão do programa Eco Invest Brasil, às 13h45. O presidente Lula e Haddad participam, às 15h, da cerimônia de entrega da Ordem Nacional do Mérito Educativo.
Dólar deve fechar a semana em queda acumulada
Ontem, o dólar à vista fechou em alta de 0,10%, a R$ 5,2983, contrariando a queda no exterior, por cautela em Nova York, possíveis saídas de capital da Bolsa de Valores e expectativa de aumento das remessas ao exterior de fim de ano. Ainda assim, a divisa americana acumula queda de 0,70% na semana e de 1,52% em novembro, após subir 1,08% em outubro. No ano, recua 14,27% frente ao real.
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