O dólar hoje abre em baixa após o Banco Central divulgar dados da atividade econômica (IBC-Br) abaixo do esperado nesta segunda-feira (15). O mercado também aguarda a Super Quarta, dia decisivo para as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Por volta das 9h30, o dólar caía 0,22%, a R$ 5,337. Na mínima, a moeda chegou a R$ 5,326.
O IBC-Br teve queda de 0,53% em julho de 2025 na comparação com junho do mesmo ano na série com ajuste sazonal. O número ficou abaixo do esperado que a mediana levantada pelo Projeções Broacast, que aguardava uma queda de 0,30% do IBC-Br em julho, após recuo de 0,10% em junho. O IBC-Br é um dado que reflete a tendência do PIB, o que é equivalente a um proxy do cenário atual.
O IBC-Br ex-agropecuária, que exclui os efeitos do setor da conta, caiu 0,43% na margem, após uma baixa de 0,09% no mês anterior (revisado, de alta de 0,07%). O indicador próprio da agropecuária recuou 0,81%, após uma baixa de 2,36% (revisado de -2,27%) em junho.
O índice de serviços cedeu 0,19%, após ter recuado 0,03% no mês anterior (revisado, de +0,10%); o da indústria recuou 1,07%, após baixa de 0,16% em junho (revisado, de −0,08%); e o de impostos — equivalente, em linhas gerais, à rubrica de impostos líquidos sobre produtos do Produto Interno Bruto (PIB) — caiu 0,69%, após uma baixa de 0,14% (revisado de +0,13%).
O dado tende a reforçar apostas de afrouxamento monetário ainda em 2025, animando o mercado nacional. No entanto, esse corte não seria na reunião na quarta-feira, cuja projeção é de manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 15%.
A semana conta ainda com a decisão de política monetária nos Estados Unidos. A expectativa é de corte de juros de 0,25 ponto porcentual pelo banco central dos EUA, o Federal Reserve (Fed). Um tom brando do BC americano (dovish) pode ainda trazer fluxo de capital estrangeiro para o Brasil e causar queda do dólar.
Cenário político também pode impactar o dólar hoje
O mercado segue em compasso de espera por um eventual revide dos EUA após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, mas por enquanto a cautela tem sido moderada.
Os EUA prometeram “responder adequadamente”. Governistas acreditam que uma ofensiva deverá se limitar aos ministros do STF e não punir o comércio. A Moody’s alerta que novas sanções dos EUA ao Brasil podem incluir a reversão de isenções tarifárias para produtos brasileiros, afetando setores como exportação de aeronaves, petróleo e suco de fruta. Bancos brasileiros também estão sob ameaça de medidas que poderiam interromper operações transfronteiriças e afetar a confiança dos investidores.
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Também está no radar o lobby para a pauta da anistia avançar no Congresso. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem feito acenos tanto ao presidente Lula, quanto ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao mesmo tempo, em que tenta ganhar tempo e enterrar a anistia.
A aprovação de uma anistia que livrasse Bolsonaro da condenação por tentativa de golpe de Estado é rejeitada por 54% dos brasileiros e aprovada por 39%, conforme pesquisa do Datafolha. Na quarta-feira, está programada a divulgação de uma nova pesquisa Genial/Quaest sobre avaliação do governo Lula e a reação dos brasileiros ao julgamento no STF. Para mais informações sobre o dólar hoje, clique aqui.