Veja o desempenho do dólar hoje. Foto: Adobe Stock
O dólar hoje sobe nesta segunda-feira (17) após dados do Banco Central mostrarem que o alcance da meta de inflação não será fácil, mesmo com o indicador evidenciando desaceleração da economia. No mercado internacional, investidores aguardam dados da economia americana, que tendem a balizar as expectativas de corte de juros nos EUA.
Por volta das 11h30, o dólar subia 0,27%, a R$ 5,3111. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 0,24% em setembro ante agosto. A cifra ficou abaixo da mediana das expectativas, que indicava queda de 0,10%, segundo o Projeções Broadcast. O pior desempenho ficou para o setor industrial, que recuou 0,66%. Já a maior alta veio do agronegócio, que cresceu 1,51% em setembro contra agosto. Os números são na série sazonal com ajuste.
Na comparação sazonal sem ajuste, o IBC-BR total subiu 1,98% entre setembro de 2024 e setembro de 2025. O agronegócio avança 4,86% em um ano, a indústria cresce 2,09% e o setor de serviços tem alta de 1,8%. Para André Valério, economista sênior do Inter, o dado de hoje sugere um recuo de 0,9% no trimestre. Desse modo, o PIB deverá desacelerar no 3º trimestre. “Esperamos um PIB estável no 3º trimestre frente ao 2º trimestre”, diz Valério.
Já Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, diz que a resiliência do setor de serviços e da atividade econômica na comparação anual faz o juro futuro subir no início do pregão. “A alta é uma reação sinalização do IBC-BR de que a vida do BC para alcançar a meta de 3% no horizonte relevante (primeiro trimestre de 2027) não será fácil”, diz Tavares.
Mais cedo, o Boletim Focus aponta que a projeção suavizada de Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 12 meses à frente passou de 4,08% para 4,11%. A mediana de IPCA 2025 passou de 4,55% para 4,46%, abaixo do teto da meta (4,5%) e, para 2026, segue em 4,20%.
Alckmin defende crescimento econômico sustentável
O vice-presidente brasileiro e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu a construção e integração de mapas de ação climática. “O Brasil propõe que a COP30 deixe como legado mapas de ação integrados na aceleração da transição energética para o mundo sair da dependência dos combustíveis fósseis”, disse na abertura da plenária de alto nível da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.
Alckmin também defendeu iniciativas de bioeconomia e afirmou que a Amazônia deve ser exemplo de que é possível crescer economicamente ao mesmo tempo em que se preserva a natureza. Disse que a Amazônia em toda a sua diversidade deve ser um exemplo de que é possível crescer, produzir, conservar ao mesmo tempo.
Expectativa para dados da economia americana pode mexer no dólar hoje
No cenário internacional, a retomada da divulgação dos indicadores nos EUA, após o fim da paralisação do governo, deixa o mercado cauteloso diante das expectativas pelo payroll na quinta-feira, em meio ao feriado da Consciência Negra no Brasil, e da ata do Fed e balanço da Nvidia, na quarta. A divisão entre dirigentes sobre cortes de juros em dezembro e sinais mais duros (“hawkish”) sustentam a demanda global por dólar, que avança frente a outras moedas de países desenvolvidos (DXY).
Os contratos futuros de petróleo adotam viés de baixa, após alta na sexta-feira. Mercado assimila fala do presidente Donald Trump que afirmou neste domingo que os EUA “poderão ter discussões” com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, indicando uma possível via diplomática ao mesmo tempo, em que Washington reforça sua presença militar no Caribe.
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Na sexta, a divisa americana fechou em leve queda, a R$ 5,2973 (-0,02%), permanecendo abaixo de R$ 5,30 pelo quarto pregão seguido. Apesar da estabilidade no último pregão, a moeda acumulou queda de 0,72% na semana passada. O dólar hoje recua 1,45% em novembro e registra baixa expressiva de 14,34% em 2025.