Veja detalhes sobre a operação e cotação do dólar hoje. (Foto: Adobe Stock)
O dólar hoje fechou em alta, em dia marcado por decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Nesta quarta-feira (7), a moeda americana encerrou o pregão em valorização de 0,61% a R$ 5,7454, depois de oscilar entre máxima a R$ 5,7635 e mínima a R$ 5,6985. Em maio, a divisa acumula ganhos de 1,21%.
O Federal Reserve (Fed) manteve as taxas de juros americanas na faixa entre 4,25% a 4,50% ao ano. A decisão já era esperada pelo mercado – veja aqui a reação de analistas. Em seu comunicado, o banco central americano reforçou a cautela ao mencionar os impactos das tarifas de Donald Trump na economia.
“Uma novidade importante desta reunião foi a sinalização de que a incerteza sobre a perspectiva econômica aumentou ainda mais. O Comitê ressaltou que está atento aos dois lados de seu mandato e, desta vez, destacou a elevação das chances de altas tanto no desemprego quanto na inflação, sinalizando um cenário mais desafiador após as medidas econômicas impostas”, explica Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.
Em coletiva de imprensa após a divulgação da decisão, Jerome Powell, presidente do Fed, afirmou que as incertezas provocadas pelo tarifaço de Donald Trump provocam uma tensão entre os dois mandatos do Fed – inflação na meta e pleno emprego –, mas ressaltou que, por ora, a política monetária está bem posicionada. “Não precisamos ter pressa”, afirmou.
Após as falas de Powell, o dólar acelerou alta e atingiu o patamar de R$ 5,75, acompanhando o fortalecimento da moeda americana no exterior. O índice DXY, que compara o desempenho da divisa com seis pares fortes, atingiu o pico da sessão depois das declarações. Ao final do dia, o indicador subia 0,68% aos 99,912 pontos.
“As falas de Powell sugeriram um cenário de juros mais elevados por um período mais longo do que o inicialmente esperado, motivando que os agentes de mercado adiassem a perspectiva para o primeiro corte de junho para julho, conforme o CME FedWatch. Isso provocou um ajuste nos títulos americanos de curto prazo e, paralelamente, resultou em ganhos adicionais do dólar contra moedas desenvolvidas e emergentes, pela maior atratividade do ativo livre de risco”, destacou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.