

As ações da Embraer (EMBR3) disparam 91,41% no acumulado dos últimos 12 meses até o fechamento de quinta-feira (3) – o papel saltou de R$ 33,10 no dia 3 de abril de 2024 para R$ 63,36 no fechamento do pregão de ontem. Essa forte alta, no entanto, não intimida os analistas de BTG Pactual, Itaú BBA e Santander, que mantiveram sua recomendação de compra para o ativo.
Todo o otimismo ocorre após a empresa entregar 30 aeronaves no primeiro trimestre de 2025. O resultado foi 20% superior ao registrado no primeiro trimestre do ano passado, quando 25 aviões da Embraer foram entregues. Na comparação com o mesmo período de 2024, o volume de entregas da divisão Aviação Comercial ficou estável, com sete aeronaves.
Na Aviação Executiva, o saldo do trimestre superou o resultado de um ano antes: 23 jatos foram entregues no primeiro trimestre de 2025, versus 18 no primeiro trimestre de 2024 — um avanço de 28%. As estimativas da empresa preveem entre 77 e 85 entregas na aviação comercial em 2025 (o que representa alta média de 10% acima no comparativo anual), e 145 a 155 na Aviação Executiva (em média 15% acima).
Como o mercado avalia as entregas da Embraer no 1º trimestre de 2025
Para os analistas do Santander, as entregas de jatos executivos foram positivas, enquanto as entregas comerciais podem ter tido um início de ano fraco devido a problemas na cadeia de suprimentos. Eles comentam que a projeção da companhia para 2025 continua a ser alcançável após as entregas do primeiro trimestre de 2025.
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Já os analistas do Itaú BBA e do BTG Pactual dizem que os números ficaram abaixo do esperado. O Itaú BBA estimava que a companhia entregasse duas unidades a mais em jatos: ao invés de sete seriam nove. A equipe do BTG estimava uma entrega total de 35 aeronaves ao invés de 30.
Por que ações EMBR3 têm recomendação de compra?
O time do BBA diz que o primeiro trimestre tem um fator de sazonalidade negativo e deve ter pouco impacto na perspectiva para o restante do ano. Por isso, eles continuam otimistas com o papel. “Mantemos nossa classificação de outperform (equivalente à compra) para as ações da Embraer e continuamos gostando da história. No entanto, observamos investidores inclinando seus portfólios para ações que podem entregar um retorno maior”, argumentam Daniel Gasparete, Gabriel Rezende e Pedro Tineo, que assinam o relatório do Itaú BBA.
O banco recomenda compra para a American Depositary Receipt (ADR, recibo que permite comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Embraer. O preço-alvo é de US$ 61 para o fim de 2025, uma alta de 35,04% na comparação com o fechamento de quinta-feira (3), quando a ação encerrou o pregão a US$ 45,17.
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O BTG Pactual também recomenda compra com preço-alvo de US$ 65 para a ADR em Nova York, um crescimento de 43,9% em relação ao último fechamento. “Mesmo com o número de entregas abaixo do esperado, acreditamos que o ímpeto para o ano continua bom, com um cenário favorável em todos os principais segmentos da aviação, apoiando o crescimento da ação EMBR3. A empresa está negociando ativamente acordos comerciais e de defesa com a Polônia e outras regiões, que acreditamos que podem render surpresas positivas”, explicam Lucas Marquiori e Fernanda Recchia, que assinam o relatório do BTG.
O Santander também recomenda compra com preço-alvo de R$ US$ 59,00 para a ADR, uma alta de 30,61% em relação ao último fechamento. “Esperamos um 2025 positivo em todos os segmentos da empresa daqui para frente, com a Aviação Comercial potencialmente registrando margens e volumes mais fortes, a Aviação Executiva se beneficiando da forte demanda contínua e a Defesa e Segurança mantendo uma mistura saudável de novos pedidos e entregas”, dizem Lucas Esteves e Lucas Barbosa, que assinam o relatório do Santander sobre Embraer (EMBR3).