

Por Daniel Rocha
31/07/2025 | 10:32 Atualização: 31/07/2025 | 10:35

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A lista de isenção dos produtos brasileiros para o tarifaço de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, trouxe um grande alívio para as ações da Embraer (EMBR3). Como noticiado ontem, a Casa Branca comunicou que as aeronaves da companhia brasileira, seus motores, peças e outros componentes ficarão de fora da cobrança da taxa adicional de 40% para os produtos brasileiros enviados aos EUA.
A surpresa fez preço nos papéis da Embraer que encerraram a sessão de ontem com uma alta de 11,07%, a R$ 76,35. Dados da Elos Ayta Consultoria mostram que a valorização desta magnitude foi responsável por adicionar R$ 5,51 bilhões no valor de mercado da companhia após o alívio fiscal dos EUA.
Os ganhos também prosseguiram na manhã de quinta-feira (31). Logo na abertura do pregão, as ações da Embraer eram negociadas com alta de 3% e lideravam os ganhos do Ibovespa, principal índice da B3.
Com o benefício fiscal, Ágora Investimentos espera que o impacto das tarifas de importação caia de 60% para 13% sobre o lucro antes dos juros e impostos (EBIT, na sigla em inglês) da companhia nos próximos 12 meses. Além disso, a corretora ressalta que a empresa pode aumentar os preços de novas aeronaves, o que iria beneficiar as entregas futuras que, até o momento, não estão na carteira.
“No caso do segmento de aviação comercial, os clientes são responsáveis pelo pagamento das tarifas”, diz a Ágora em relatório.
A equipe de research acrescenta ainda que ainda há espaço para novas valorizações do papel. Isso porque, desde o dia 9 der julho, quando a tarifa adicional de 40% foi anunciada por Trump, as ações da Embraer caíram 17%. Ou seja, a disparada do papel na ordem de 11% corrigiu apenas uma parte da queda das últimas semanas.
Por esse motivo, a Ágora recomenda compra das ações e mantém um preço-alvo de R$ 97 para 2025, o que equivale a uma projeção de alta de 24,4% em comparação à cotação do pregão de quarta-feira (30). A análise da corretora corrobora com a de outros agentes de mercado.
O Safra, por exemplo, reiterou a recomendação outperform (equivalente à compra) para a Embraer e estima um potencial de valorização de 20% para os American depositary receipts (ADRs) da fabricante de aeronaves ao estabelecer um preço-alvo de US$ 66. O otimismo é pautado pelo segmento de aviação executiva e pela aceleração nas vedas da família E-Jets E2 (E2), que, segundo o banco, deve impulsionar a lucratividade nos próximos anos.
“Além disso, o impulso acelerado da plataforma C-390 Millennium (C-390) no segmento de Defesa fortalece ainda mais as perspectivas de crescimento de longo prazo da empresa”, afirmam os analistas do Safra.
Já o Santander classificou a isenção tarifária como animadora e mantém recomendação outperfom para a Embraer. Assim como os demais, o banco também espera uma valorização de 13% dos ADRs nas próximas semanas ao estimar um preço de US$ 62.
Com informações do Broadcast
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