- FenSeg aponta elevação de 25% no interesse pelo seguro para casa entre 2017 e 2021
- Porto (PSSA3), Bradesco (BBDC4), e SulAmérica (SULA11) estão bem posicionadas para se beneficiar desse crescimento
- Porém, entre as seguradoras listadas na Bolsa, a principal beneficiária tende a ser a Caixa Seguridade (CXSE3)
As empresas listadas na Bolsa brasileira operam sempre na expectativa de visualizar a elevação das ações. Esse movimento precifica o ativo e gera retorno à companhia. Quando o papel sobe, significa que há uma valorização, que reflete, inclusive, no valor de mercado da companhia. Entretanto, boa parte desse processo está condicionado ao setor em que a organização atua.
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No segmento de seguros, se a procura cresce, automaticamente as empresas abertas que atuam nesse nicho poderão ver a receita subir e, algum tempo depois, caso essa demanda se mantenha aquecida, haverá impacto no lucro da companhia. O mercado está atento sempre atento a isso.
Levantamento da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) aponta que houve uma elevação de 25% no Índice de Penetração (IP) de seguro para casa entre 2017 e 2021 – último dado disponível. A participação, que era de 13,6% no primeiro ano da série histórica, pulou para 17%, o que representa 12,7 milhões de residências seguradas em todo País.
Expectativa de crescimento para as empresas
Para Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, essa elevação na contratação de seguros deve impactar as empresas do setor. “Empresas tradicionais de seguros que já oferecem seguros residenciais, como a Porto (PSSA3), Bradesco (BBDC4) e SulAmérica (SULA11), estão bem posicionadas para se beneficiar desse crescimento”, diz, acrescentando que elas têm experiência, reputação e recursos para atender à crescente demanda.
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Além das citadas, o executivo lembra que as empresas do ramo de tecnologia que focam em inovação no setor de seguros, conhecidas como insurtechs, também podem se beneficiar. “Estas em sua grande maioria oferecem soluções de seguros residenciais mais acessíveis, aproveitando a tecnologia para simplificar processos e fornecer preços competitivos”, destaca.
Para Gonçalves, o potencial de crescimento é significativo, especialmente se mais moradores reconhecerem a importância de garantir seus lares e seus bens. A urbanização contínua, elenca, e o aumento da exposição a riscos, como roubos e eventos climáticos extremos, também impulsionam a demanda por seguros residenciais.
Segundo ele, uma tendência relevante a se observar é a adoção de tecnologias avançadas, como dispositivos de segurança conectados e sensores IoT (internet das coisas), que podem ajudar a minimizar riscos e a aperfeiçoar a avaliação de seguros.
“Minha análise para o segmento de seguro residencial é positiva, considerando que as pessoas estão cada vez mais conscientes da importância de proteger suas casas e pertences. Além disso, eventos como desastres naturais e incêndios também podem elevar a demanda por seguros residenciais”, ressalta.
Entretanto, ele pontua que o setor de seguros está sujeito a regulamentações rigorosas e mudanças nas condições econômicas e de mercado podem afetar a indústria.
Principal beneficiária
Para Milton Rabelo, analista da VG Research, dentre as seguradoras listadas na Bolsa, a principal beneficiária tende a ser a Caixa Seguridade (CXSE3), que opera, com exclusividade, o balcão da sua controladora, a Caixa Econômica Federal, instituição de grande relevância para o crédito imobiliário.
Ele indica que a Caixa Seguridade deve ser a principal beneficiária por conta da diminuição da taxa básica de juros em curso, que tende a impulsionar a concessão de crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal, o que, por consequência, beneficia a venda dos seguros residenciais.
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“O segmento apresentou um considerável crescimento, tanto nos primeiros seis meses de 2023, quanto em bases de comparação mais longas. É válido lembrar que as dificuldades de locomoção impostas pela pandemia há alguns anos e a maior adoção de trabalhos home office levaram ao aumento da penetração dos seguros residenciais”, reforça.
Também diz que no curto prazo o nível da intensidade do ciclo de afrouxamento monetário deve ditar a tendência das vendas de seguros residenciais, ao passo que, numa perspectiva de longo prazo, seria o aumento do poder aquisitivo da população que levaria a uma maior penetração deste tipo de seguro no mercado.
Potencial de crescimento
Em relação ao potencial de crescimento, Rabelo elenca que, numa perspectiva de curto e médio prazo, a tendência para o segmento de seguros residenciais é tão positiva quanto maior for o ciclo de cortes da taxa básica de juros. “No entanto, pairam algumas incertezas a respeito da continuidade do ciclo de afrouxamento monetário em consequência das altas taxas pagas na renda fixa norte-americana e também em função dos problemas fiscais brasileiros”, afirma.
“Numa perspectiva mais de longo prazo, a penetração dos seguros residenciais tende a aumentar à medida que ocorre uma ascensão de camadas menos abastadas da sociedade à classe média”, conclui.