A quinta-feira foi marcada por um movimento de apetite por risco. Se os sinais de enfraquecimento da atividade global e do avanço de pressões inflacionárias têm gerado apreensão, as notícias de estímulo econômico por parte do governo chinês têm trazido um certo alívio. Em termos de dados econômicos, no início do dia, os investidores repercutiram o dado de inflação ao produtor na Zona do Euro além das medidas econômicas na China.
O PPI (índice de preços ao produtor) subiu 37,2% em abril na variação anual, ganhando força em relação à leitura anterior. Este cenário deve levar o Banco Central Europeu (BCE) a preparar o terreno para o primeiro aumento de juros, que deve acontecer no mês de julho. Além disso, a China anunciou a criação de uma linha de crédito para o financiamento de projetos de infraestrutura. Diante deste panorama, no início da tarde, na Europa, as bolsas fecharam majoritariamente em alta, em dia de liquidez reduzida por conta de um feriado no Reino Unido, que manteve os mercados britânicos fechados.
Nos EUA, o destaque do dia foi que o banco central norte-americano começou hoje a enxugar seu balanço patrimonial, de US$ 8,9 trilhões. Este fato promete reduzir drasticamente a liquidez do sistema financeiro internacional. Em termos de dados econômicos, o relatório ADP, prévia do Payroll que será divulgado amanhã, apontou para uma criação de empregos no setor privado aquém da expectativa do mercado. Este resultado reforçou a percepção de alta de 0,5 p.p na próxima reunião do Fed.
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Neste ambiente, as bolsas americanas encerraram o dia com ganhos, tendo o índice Nasdaq o melhor desempenho, com alta de 2,69%, enquanto o dólar se enfraqueceu frente a outras divisas. Quanto ao petróleo, os contratos futuros voltaram a subir hoje, mesmo com a OPEP tendo anunciado aumento de oferta nos próximos meses.
No Brasil, a divulgação do PIB do 1T22 ganhou a atenção dos investidores. A alta de 1% na variação trimestral decepcionou o mercado que esperava avanço de 1,2%. A queda dos investimentos mostrou que a Selic elevada já está afetando a economia real. Para o 2S22, é esperado uma desaceleração no ritmo da atividade, na medida em que a potência da política monetária vai bater no seu máximo. Para o Ibovespa, o dia foi positivo. O índice acompanhou o movimento das bolsas americanas e encerrou com alta de 0,93%, aos 112.393 pontos e giro financeiro de R$ 24 bilhões. O dólar vs. real, por sua vez, fechou em queda de 0,32%, cotado a R$ 4,79.
Entre os setores, vale destacar que, pelo 2o dia consecutivo, a alta das ações da Vale garantiu uma boa performance para o índice. Por fim, os juros futuros de longo prazo fecharam em alta. Na agenda desta sexta-feira, destaque para os dados do mercado de trabalho nos EUA.
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