Os mercados operaram sob forte estresse nesta segunda-feira, gerado pelo temor de que o aperto monetário global à vista, principalmente do banco central norte-americano, possa colocar as principais economias do mundo em recessão. As apostas para a alta de juros nos Estados Unidos continuam turbinadas pela inflação forte, divulgada na semana passada. Hoje, aquelas apostas para uma alta de juros em um ritmo de 0,75 p.p. já nesta quarta-feira continuaram a crescer, embora continuem a ser minoritárias na comparação com as de 0,5 p.p. Seja como for, a perspectiva é de um Fed mais agressivo.
O resultado foi uma queda generalizada dos principais índices acionários em NY e na Europa. Vale destacar o movimento do índice Nasdaq que recuou mais de 4,5% no dia. O índice DXY do dólar está no maior nível desde novembro de 2002. Os rendimentos dos títulos americanos mantiveram a tendência firme de avanço, com o da T-note de 10 anos na máxima em mais de uma década. A onda de vendas no exterior atingiu também as commodities. Além do minério de ferro que fechou com queda próxima de 4%, o dia também foi negativo para o petróleo.
Como mais um fator contrário, Pequim tem registrado alta no número de casos de covid-19, o que traz o receio de novas restrições à mobilidade. Além do Fed, o mercado aguarda internamente a decisão do Copom. Em meio a aversão ao risco global, o Ibovespa recuou 2,73%, fechando aos 102.598 pontos e giro financeiro de R$ 31 bilhões. Trata-se da sétima queda consecutiva. No câmbio, a alta global do dólar apoiou elevação firme ante o real, fechando com alta de 2,54%, cotado a R$ 5,12.
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Nos juros futuros, a curva a termo zerou as apostas em corte da Selic em 2022 e mostrou a expectativa de que ela seguirá elevada por mais tempo em 2023. Dentre as ações, as da Suzano estiveram entre as poucas altas do dia, favorecida pelo movimento de alta do dólar. Na ponta contrária, dando continuidade ao movimento de sexta-feira, as ações de varejo e tecnologia recuaram em bloco. As ações PN de GOL e Azul assim como as ações ON de CVC recuaram mais de 10%, penalizadas pela alta do dólar em meio ao aumento do retorno dos treasuries.